Trump promete perdão a invasores do Capitólio "nos primeiros minutos de governo"
Presidente eleito dos EUA defendeu que parte dos envolvidos estão presos injustamente; casos serão avaliados individualmente
Camila Stucaluc
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que os acusados de invadir o Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, serão perdoados nos primeiros minutos de seu governo. Em entrevista à revista Times, onde foi considerado a personalidade do ano, o republicano defendeu que parte dos envolvidos nos protestos estão presos injustamente.
“Vamos olhar cada caso individualmente, e faremos isso muito rapidamente, começando na primeira hora, talvez nos primeiros nove minutos, em que eu assumir o cargo [em 20 de janeiro de 2025]. A grande maioria dessas pessoas não deveria estar na prisão, e elas sofreram enormemente. Elas já foram punidas demais", disse Trump.
A declaração faz parte das promessas de campanha do republicano, que sempre negou a gravidade da invasão ao Capitólio. Na data, milhares de seus apoiadores invadiram o prédio, que abriga o Congresso, para tentar impedir a contagem oficial de votos da eleição pelo Senado, que certificaria a derrota de Trump e a vitória de Joe Biden no pleito.
Ao todo, 1,2 mil pessoas foram acusadas de crimes federais relacionados à invasão ao Capitólio, sendo que cerca de 950 réus já foram condenados e sentenciados. Enrique Tarrio, ex-líder do grupo de extrema-direita Proud Boys, foi condenado por conspiração sediciosa e sentenciado a 22 anos de prisão – pena mais longa até agora.
Para a Justiça dos Estados Unidos, Trump foi o principal incentivador da invasão, uma vez que ficou alegando, sem provas, fraude eleitoral. Em 2023, o republicano chegou a virar réu por tentativa de reverter o resultado das eleições presidenciais de 2020. Uma decisão da Suprema Corte, no entanto, concedeu imunidade presencial a Trump.
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Neste ano, o procurador Jack Smith entrou com um novo processo contra Trump, alegando que o político “agiu com interesse próprio” para anular sua derrota no pleito e, com isso, não tem direito à imunidade. “O tribunal deve determinar que o réu deve ser julgado por seus crimes privados como faria com qualquer outro cidadão", disse o procurador.