Ex-líder extremista é condenado a 22 anos de prisão por invasão ao Capitólio
Enrique Tarrio foi acusado de conspiração sediciosa por ajudar a incentivar o ato nos EUA
O ex-líder do grupo extremista Proud Boys, Enrique Tarrio, foi condenado a 22 anos de prisão por participar da invasão ao Capitólio dos Estados Unidos, em janeiro de 2021. Na decisão, divulgada na 3ª feira (5.set), o Tribunal de Washington alegou que Tarrio publicou mensagens encorajando e expressando orgulho pelo ato, que teve como objetivo anular a vitória do presidente Joe Biden sobre Donald Trump nas eleições de 2020.
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Inicialmente, os promotores haviam recomendado uma sentença de 33 anos de prisão para Tarrio. O tribunal não concordou, mas emitiu a sentença mais longa em um caso relacionado ao ataque ao Capitólio. Até então, a maior pena havia sido proferida para Ethan Nordean, membro dos Proud Boys, e Stewart Rhodes, fundador da milícia Oath Keepers, condenados a 18 anos de prisão. Todos foram acusados de conspiração sediciosa.
Durante o julgamento, Tarrio disse que estava arrependido de participar dos acontecimentos de 6 de janeiro, classificando a invasão como "um constrangimento nacional" e "não aceitável". Apesar de pedir clemência ao tribunal, o juiz Timothy Kelly afirmou não ver indícios de arrependimento na declaração de Tarrio e enfatiozu que era preciso enviar um "sinal claro" aos outros acusados e apoiadores do ataque ao Capitólio.
"Tarrio era o principal líder daquela conspiração, o principal organizador, motivado por entusiasmo revolucionário. Aquele dia quebrou nossa tradição ininterrupta de transferência pacífica de poder. Essa tradição antes ininterrupta está quebrada agora, e vai levar tempo e esforço para consertá-la", disse Kelly. "Isso não pode acontecer novamente", frisou.
O anúncio da sentença de Tarrio acontece poucos dias após a condenação de Joseph Biggs, outro líder do Proud Boys. Na 5ª feira (31.ago), ele foi sentenciado a 17 anos de prisão por incentivar a invasão ao Capitólio, uma vez que, além de participar do ato, liderou dezenas de apoiadores de Trump até o local para protestar e derrubou uma cerca para facilitar a entrada dos manifestantes no prédio.
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Ao todo, cerca de 1,1 mil pessoas foram acusadas de terem participado do ataque ao Capitólio, enquanto 600 foram condenados. No ano passado, o Comitê do Congresso que investigava o caso apontou Trump como o principal incentivador do ato, alegando que o ex-presidente publicou diversas mensagens pedindo para que os apoiadores respondessem às "fraudes eleitorais". Hoje, Trump é investigado por tentar reverter o resultado das últimas eleições.