Trump diz que usará militares para deportações em massa
Ideia do republicano é declarar emergência nacional para implementar operação
O presidente eleito dos Estados Unidos Donald Trump confirmou, na segunda-feira (18), que planeja usar o Exército para realizar a deportação em massa de imigrantes ilegais no país. Nas redes sociais, o republicano respondeu com “verdade” uma publicação que dizia que ele irá declarar emergência nacional e usar os recursos militares na ação.
+ Como o plano de deportação em massa de Trump pode impactar os EUA?
O comentário de Trump acontece em meio à sua promessa de campanha de realizar a maior deportação em massa da história do país. Segundo ele, o plano deve seguir a “Operação Wetback”, implementada pelo governo de Dwight Eisenhower, em 1954, que resultou na expulsão de 1,3 milhão de imigrantes sem documentação.
Na última semana, Trump anunciou a volta de Tom Homan à liderança do Departamento de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês). Homan, que trabalhou com o republicano na primeira parte de seu primeiro mandato, entre 2017 e 2018, atende pelo apelido de “czar das fronteiras” – em referência aos imperadores que governaram a Rússia até 1917.
Isso porque Homan ficou conhecido por sua política “linha dura” na imigração. No cargo, ele apoiou, por exemplo, a doutrina “tolerância zero”, na qual qualquer adulto que tentasse entrar no país de forma irregular seria processado judicialmente. Como menores de idade não podiam ser presos, milhares de crianças foram separadas de seus pais.
Além de Homan, que já foi designado para coordenar a operação de deportação, Trump nomeou outras personalidades que apoiam políticas “linha dura” de imigração. Entre eles estão Stephen Miller, futuro vice-chefe de governo para a política, e Kristi Noem, próxima secretária do Departamento de Segurança Interna do país.
Crise imigratória nos EUA
A promessa de Trump acontece em uma das maiores crises migratórias do país. A entrada de viajantes ilegais pela fronteira do México atingiu níveis recordes durante o governo de Joe Biden, sobretudo depois da suspensão das medidas sanitárias.
+ Antivacina para Saúde e bilionário para eficiência: veja as polêmicas indicações de Trump
Em meio ao cenário, prefeitos e governadores acionaram o governo federal para aumentar a fiscalização nas fronteiras. Em Nova York, as autoridades chegaram até a distribuir panfletos em inglês e espanhol alertando que não havia mais espaço. Já no Texas, foi aprovada uma lei autorizando a prisão de imigrantes ilegais.