Trump deve conversar com Putin sobre cessar-fogo na Ucrânia nesta segunda-feira (19)
Presidente norte-americano vem aumentando esforços para encerrar conflito, que já dura mais de três anos

Camila Stucaluc
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve telefonar para o seu homólogo na Rússia, Vladimir Putin, na manhã desta segunda-feira (19). A conversa, segundo o republicano, deve tratar das negociações de cessar-fogo referente à guerra na Ucrânia, que já dura mais de três anos.
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“Os assuntos da ligação serão para parar o 'banho de sangue' que está matando, em média, mais de 5.000 soldados russos e ucranianos por semana. Tenho esperança de que seja um dia produtivo, que um cessar-fogo se instale e que essa guerra tão violenta, uma guerra que nunca deveria ter acontecido, acabe. Depois falarei com o presidente [Volodymyr] Zelensky, da Ucrânia”, disse Trump.
A ligação entre os líderes acontece poucos dias após autoridades russas e ucranianas se encontrarem na Turquia, na segunda rodada direta de negociações de paz. A não participação de Putin e Zelensky, cogitada num primeiro momento, no entanto, fez o diálogo ser rápido, durando menos de duas horas, terminando apenas em um acordo de troca de mil prisioneiros de guerra de cada lado.
No domingo (18), Zelensky se encontrou com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, em Roma. O líder ucraniano agradeceu o comprometimento de Washington com um cessar-fogo na guerra, mas criticou a Rússia, dizendo que Putin não tem intenção de acabar com o conflito.
“Durante nossas conversas, discutimos as negociações em Istambul, para onde os russos enviaram uma delegação de baixo escalão, composta por pessoas sem poder de decisão. Reafirmei que a Ucrânia está pronta para se engajar em uma diplomacia real e ressaltei a importância de um cessar-fogo total e incondicional o mais breve possível. É preciso pressionar a Rússia”, disse Zelensky.
Impasse nas negociações
Apesar de Trump seguir pressionando por um cessar-fogo oficial, as delegações da Rússia e da Ucrânia continuam sofrendo para chegar a um acordo.
Em abril, Zelensky, reforçou que não aceitará entregar parte do território como condição de paz. A fala veio após Washington sugerir que Kiev abrisse mão da Crimeia – região ucraniana anexada pela Rússia em 2024 – como parte de um possível tratado de paz. Segundo o líder, a guerra deve terminar sem benefício territorial para Moscou.
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Esse é apenas um dos pontos em que os países não concordam, segundo funcionários dos governos. Tal impasse está “irritando” Trump, que já ameaçou abandonar a mediação do diálogo caso os países não apresentem propostas concretas para acabar com a guerra. "Se uma das duas partes tornar as coisas muito difíceis, vamos dizer que vocês são tolos e deixar para lá”, disse o presidente.