Joe Biden é diagnosticado com câncer de próstata e metástase óssea; entenda diagnóstico
Considerado agressivo, tumor que se espalhou para os ossos foi diagnosticado na última sexta-feira (16), segundo o gabinete do ex-presidente

Wagner Lauria Jr.
O ex-presidente dos Estados Unidos Joe Biden, de 82 anos, foi diagnosticado com câncer de próstata em estágio avançado, com metástase nos ossos.
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A informação foi divulgada neste domingo (18) por seu gabinete, que também confirmou que o tumor apresenta escore de Gleason 9 — um dos mais altos níveis de agressividade na escala usada para classificar esse tipo de câncer.
O diagnóstico foi confirmado após Biden passar por exames na semana passada, motivados por sintomas urinários e a identificação de um pequeno nódulo. Na última sexta-feira (16), médicos constataram a presença de células cancerígenas que se espalharam da próstata para os ossos, quadro conhecido como metástase óssea.
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Apesar da gravidade, o gabinete afirmou que o câncer parece ser sensível a hormônios, o que abre caminho para tratamentos eficazes.
“O presidente e sua família estão analisando as opções de tratamento com seus médicos”, diz o comunicado.
Entenda o câncer de próstata e a metástase óssea
O câncer de próstata afeta uma glândula exclusiva do homem, localizada na parte inferior do abdômen e que envolve a uretra — tubo responsável por conduzir a urina para fora do corpo. Embora geralmente se desenvolva de forma lenta, algumas variantes, como a de Biden, são altamente agressivas.
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não melanoma).
O escore de Gleason mede essa agressividade em uma escala de 1 a 10, baseada na aparência das células do tumor. Um escore 9 indica que as células cancerígenas são muito diferentes das normais, com alto potencial de crescimento e disseminação.
A metástase óssea ocorre quando as células cancerígenas migram da próstata para os ossos, comprometendo a estrutura e a função do sistema esquelético. Essa forma de disseminação é comum em cânceres de próstata avançados e pode causar dores intensas, fraturas e outros sintomas debilitantes.
Histórico de saúde do ex-presidente
Biden encerrou seu mandato como o presidente mais velho da história dos EUA. Durante seus anos na Casa Branca, enfrentou constantes questionamentos sobre sua saúde e cognição — dúvidas que se intensificaram após seu desempenho em um debate contra Donald Trump, em junho de 2024.
Na ocasião, o ex-presidente demonstrou sinais de confusão e cansaço, depois atribuídos a um forte resfriado. No exame anual divulgado em setembro do mesmo ano, o médico da Casa Branca, Kevin O'Connor, indicou que Biden apresentava neuropatia periférica nos pés — condição que pode causar dormência e formigamento —, mas negou sinais de declínio neurológico mais grave.
Além disso, Biden já havia retirado um pólipo benigno, porém potencialmente pré-canceroso, em 2021, e tratado uma lesão de pele causada por carcinoma em 2023.
O agravamento da saúde de Biden ajudou a consolidar sua decisão de não concorrer à reeleição. Em 21 de julho de 2024, o democrata anunciou sua desistência da corrida presidencial, declarando apoio à então vice-presidente Kamala Harris, que acabou derrotada por Donald Trump nas urnas.
Missão contra o câncer e histórico familiar
A luta contra o câncer sempre esteve presente na trajetória política de Biden. Em 2022, ele lançou uma iniciativa nacional para reduzir pela metade a taxa de mortalidade pela doença nos 25 anos seguintes, um projeto que deu continuidade ao trabalho iniciado ainda como vice-presidente, após a morte de seu filho mais velho, Beau, vítima de câncer no cérebro.