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Trump defende príncipe saudita, destrata repórter e causa mal estar em encontro na Casa Branca

EUA e Arábia Saudita firmaram acordo em tecnologia e defesa; Mohammed bin Salman foi apontado pela CIA como mandante da morte de um jornalista em 2018

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (18) um acordo com a Arábia Saudita nas áreas de tecnologia e defesa. Mas a visita de Mohammed bin Salman à Casa Branca foi ofuscada por momentos desconfortáveis para o príncipe saudita.

O assunto principal para Donald Trump foi sobre as parcerias econômica e militar entre americanos e sauditas. Mas o príncipe saudida foi questionado sobre um tema que continua sensível entre os dois países: o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, em 2018.

Uma repórter da ABC lembrou que a inteligência americana concluiu que o príncipe teria orquestrado o assassinato brutal de Khashoggi, e questionou: “Por que os americanos devem confiar no senhor?”. Trump tomou a palavra e respondeu “Fake news”, ignorando relatórios do próprio país e da ONU, que sugerem o envolvimento de bin Salman em autorizar o crime.

"Você não deveria constranger nosso convidado com uma pergunta dessas", afirmou Trump, impedindo a repórter de fazer novas perguntas. “A licença da ABC deveria ser cassada”, completou o republicano.

Jamal Khashoggi trabalhava para o Washington Post e escrevia sobre casos de violência da monarquia saudita contra jornalistas. Ele foi esquartejado depois de entrar no consulado saudita na Turquia.

Sobre o jornalista, bin Salman afirmou: “Foi doloroso para nós na Arábia Saudita. Demos todos os passos certos na investigação e melhoramos nosso sistema para que não aconteça de novo”.

Negócio entre os países

Em relação aos negócios entre os dois países, Donald Trump anunciou um acordo na área de defesa e disse que os Estados Unidos vão expandir a venda de chips para a Arábia Saudita.

Em contrapartida, os sauditas concordaram em investir um trilhão de dólares nos Estados Unidos. Segundo a Casa Branca, o dinheiro será destinado a novas fábricas e também a investimentos diretos em Wall Street. A Arábia Saudita tem, ainda, um papel importante na negociação de paz para Gaza.

O príncipe saudita disse que é preciso garantir a existência de dois Estados, posição que contraria o governo de Israel.

O plano de paz proposto por Donald Trump foi aprovado nesta segunda-feira no Conselho de Segurança das Nações Unidas. A proposta autoriza a entrada de uma força internacional para garantir a segurança do território, devastado durante a guerra.

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