Trump dá prazo para Hamas responder a acordo de paz com Israel
Proposta prevê cessar-fogo imediato, troca de reféns, reconstrução de Gaza e possibilidade de criação de um Estado palestino
SBT News
com informações da Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (30) que deu um prazo de três a quatro dias para o Hamas se manifestar sobre o acordo de paz que ele e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciaram em Washington.
O documento, mediado por Catar e Egito, estabelece um cessar-fogo imediato e a troca de israelenses e palestinos detidos. Nenhum representante do Hamas participou diretamente das negociações.
Segundo uma autoridade ouvida pela agência Reuters, os negociadores do Hamas afirmaram que analisarão o plano “de boa fé”.
Logo após o anúncio do acordo, Trump advertiu que, se o grupo rejeitar a proposta, Israel terá “total apoio” dos EUA para adotar as medidas que considerar necessárias.
Apesar de alguns governos árabes terem saudado o esforço diplomático, lideranças palestinas classificaram o acordo como “totalmente favorável a Israel” por não conceder direitos efetivos aos palestinos.
Netanyahu disse apoiar o plano, destacando que ele garantirá a libertação dos reféns, o desmantelamento da estrutura militar do Hamas e a segurança de Israel. Mas demonstrou resistência em relação à possibilidade de criação de um Estado palestino, um dos pontos do texto americano.
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O acordo
A proposta prevê que Israel pare com todas as operações militares e congele frentes de batalha no território palestino.
O Hamas devolveria 48 reféns capturados nos ataques de outubro de 2023. Em troca, Israel libertaria 250 palestinos condenados à prisão perpétua e 1,7 mil detidos após o início da guerra. A maioria dos palestinos detidos são mulheres e crianças.
O plano prevê a entrada imediata de ajuda humanitária, reconstrução de hospitais e infraestrutura, além da criação de um “Conselho da Paz”, liderado por Trump e com participação de líderes internacionais, incluindo o ex-premiê britânico Tony Blair.
O Hamas e facções aliadas ficariam excluídos do futuro governo de Gaza, que passaria a ser administrado por uma comissão palestina tecnocrática sob supervisão internacional. Além disso, militantes que entregarem as armas serão anistiados.
O processo incluiria desmilitarização total do enclave e monitoramento externo.
Por fim, o texto abre espaço para a criação de um Estado palestino, condicionado ao avanço do desenvolvimento de Gaza e a reformas na Autoridade Nacional Palestina.
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