Hamas avalia resposta à proposta de paz de Trump para Gaza
Mediadores do Catar e do Egito compartilharam documento com o grupo palestino no final dessa segunda (29)
Reuters
Uma proposta de cessar-fogo patrocinada pelos Estados Unidos para a Faixa de Gaza estava dependendo da resposta do Hamas ao plano de 20 pontos que o presidente Donald Trump disse estar "muito perto" de encerrar o conflito de dois anos no enclave.
Os mediadores do Catar e do Egito compartilharam o documento com o Hamas no final dessa segunda-feira (29), depois que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, esteve ao lado de Trump na Casa Branca e prometeu seu apoio à proposta, pois, segundo ele, ela atende aos objetivos de guerra de Israel.
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Não ficou claro o que havia dissipado as dúvidas anteriores de Netanyahu sobre elementos da proposta.
O Hamas não participou das rodadas de negociações que antecederam o plano de Trump, que pede que o grupo militante islâmico se desarme, uma exigência que ele já havia rejeitado anteriormente.
"Os negociadores do Hamas disseram que analisariam o plano de boa fé e dariam uma resposta", afirmou uma autoridade informada sobre as negociações à Reuters nesta terça-feira (30).
Trump advertiu o Hamas que, se rejeitar o que ele ofereceu, Israel terá total apoio dos EUA para tomar as medidas que julgar necessárias.
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O plano especifica um cessar-fogo imediato, uma troca de todos os reféns mantidos pelo Hamas por prisioneiros palestinos mantidos por Israel, uma retirada israelense de Gaza, o desarmamento do Hamas e a introdução de um governo de transição liderado por um órgão internacional.
Nesta terça, o Hamas ainda não havia respondido oficialmente à proposta de Trump, e não ficou imediatamente claro o que havia de novo nela, além do amplo apoio à iniciativa expresso por países árabes e muçulmanos.
Muitos elementos dos 20 pontos foram incluídos em vários acordos de cessar-fogo propostos nos últimos dois anos, incluindo aqueles aceitos e posteriormente rejeitados em vários estágios por Israel e pelo Hamas.
Uma fonte próxima ao Hamas disse à Reuters que o plano é "totalmente favorável a Israel" e impõe "condições impossíveis" que visam eliminar o grupo.
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"O que Trump propôs é a adoção total de todas as condições israelenses, que não concedem ao povo palestino ou aos residentes da Faixa de Gaza nenhum direito legítimo", declarou à Reuters a autoridade palestina, que pediu para não ser identificada.
Não ficou claro como o Hamas formularia sua resposta, já que uma rejeição absoluta pode colocá-lo em colisão com um grupo de países árabes e muçulmanos que saudaram o plano.
Os ministros das Relações Exteriores de Catar, Jordânia, Emirados Árabes Unidos, Indonésia, Turquia, Arábia Saudita e Egito emitiram uma declaração conjunta na segunda-feira saudando a proposta de Trump e ressaltando o que eles disseram ser os "esforços sinceros do presidente para acabar com a guerra em Gaza".