Responsável por tiroteio em escritório de imigração nos EUA queria matar agentes, diz FBI
Notas recuperadas do agressor indicaram que ele agiu sozinha e que tinha como objetivo "causar terror"

Camila Stucaluc
O responsável pelo tiroteio no Escritório de Imigração em Dallas, nos Estados Unidos, na quarta-feira (24), tinha como objetivo matar agentes federais. A informação foi divulgada pelo diretor do Departamento Federal de Investigação (FBI, na sigla em inglês), Kash Patel, que acompanha o caso.
O atirador, que tirou a própria vida após o tiroteio, foi identificado como Joshua Jahn, de 29 anos. Segundo Patel, ele planejou todo o ataque, pesquisando sobre armas e aplicativos que rastreavam os agentes federais. Vídeos do atentado contra o ativista Charlie Kirk também foram encontrados no histórico de buscas do agressor.
Os agentes encontraram ainda bilhetes escritos à mão por Jahn. Uma das notas recuperadas dizia “Espero que isso dê aos agentes do ICE [Escritório de Imigração e Alfândega] um verdadeiro terror, para pensar: ‘há um atirador com projéteis naquele telhado?'”. Em outra, o atirador indicava que esperava “não sobreviver ao evento”.
O ataque aconteceu na manhã de quarta-feira (24). Jahn foi visto dirigindo próximo ao escritório de imigração por volta das 3 da manhã. Ele transportava uma escada, que, mais tarde, foi usada para subir no telhado de um prédio próximo. De lá, fez vários disparos, que atingiram as janelas do escritório e uma van federal que passava pelo local.
O tiroteio deixou um detento morto e dois gravemente feridos. Após identificarem a base dos disparos, as equipes foram mobilizadas para o telhado, onde encontraram Jahn já sem vida. A suspeita é que ele tenha agido sozinho, já que, em uma das anotações recuperadas, o agressor escreveu “Sim, fui só eu” e que esperava “não ferir detidos”.
Políticas imigratórias
O ataque ocorreu em meio ao aumento das políticas anti-imigração promovidas pelo governo de Donald Trump. O endurecimento das fiscalizações e detenção de imigrantes ilegais vem provocando revolta em parte da população, que já protestou sobre o tema.
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Foi o caso da Califórnia, que, em junho, promoveu uma série de manifestações depois que agentes do Departamento de Imigração e Alfândega realizaram dezenas de detenções migratórias em Los Angeles. Os atos terminaram em confrontos entre manifestantes e policiais, o que fez Trump determinar o envio da Guarda Nacional para proteger propriedades e funcionários federais, incluindo agentes de imigração.