Relatos de Israel: “Luz no fim do túnel”
Repórter Flavia Travassos visita Israel e conhece réplica de túnel do Hamas em Tel Aviv

Flavia Travassos
Israel - Baixo, estreito, escuro. Tentei avançar um pouco mais… não deu. Acelerei o passo e saí logo lá de dentro. A réplica de um túnel do Hamas de 30 metros foi construída, em plena praça de Tel Aviv, para que as pessoas pudessem compreender as condições nas quais vivem os reféns, sequestrados pelo grupo extremista no dia 7 de outubro de 2023.
A verdade é que não dá para ter ideia do que eles passaram… ou ainda passam nas mãos de quem usa o ódio como arma de guerra. Angustia, medo, fome, sede… nada disso, a gente imagina. Só sente. Dói saber que o brilho dos olhos daqueles jovens fortes e cheios de vida se apagou tão cedo.
Não de todos! O coração de Nimrod Cohen, um soldado do exército israelense, ainda pode estar batendo. A família imagina que Cohen esteja vivo porque reconheceu uma tatuagem que ele tem no braço, em um vídeo de fevereiro, que mostra a libertação de outro refém.

Mas o rapaz continua na Faixa de Gaza, sob o poder do grupo extremista Hamas. Ele e outros cerca de 50 reféns. Acredita-se que 20 estejam vivos ainda. Se for um deles, o jovem acabou de completar 21 anos no dia 17 de julho. É o segundo aniversário que passa em cativeiro.
Para o pai do militar, a data, que deveria ser especial, traz sempre a mesma sensação: de vazio. Como a que senti quando entrei naquele corredor fechado. Mas a fé não está perdida no escuro. Mesmo depois de 650 dias, a esperança teima em aparecer, lá no fim do túnel.