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Saúde

Hepatites virais: como diagnosticar e prevenir doença silenciosa no fígado?

Infecções causadas por vírus das hepatites podem evoluir silenciosamente para quadros graves como cirrose e câncer; saiba mais

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As hepatites virais são doenças inflamatórias do fígado causadas por diferentes tipos de vírus, classificados como A, B, C, D e E. Representam um problema de saúde pública global e provocam alterações hepáticas que podem variar de leves a graves.

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Na maioria das vezes, as hepatites são infecções silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas. Quando presentes, podem se manifestar como cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

Formas de transmissão e prevalência no Brasil

No Brasil, os tipos mais comuns são as hepatites A, B e C. A hepatite D é mais prevalente na região Norte, enquanto a hepatite E é menos frequente, com maior ocorrência na África e na Ásia. As hepatites B e C, em especial, tendem a se tornar crônicas e muitas vezes evoluem de forma assintomática.

Como resultado, a infecção pode avançar por décadas sem diagnóstico, comprometendo o fígado e levando a fibrose, cirrose e, em alguns casos, câncer hepático ou necessidade de transplante.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as hepatites virais são responsáveis por aproximadamente 1,4 milhão de mortes por ano em todo o mundo, seja por infecção aguda, câncer ou cirrose hepática.

Entenda os diferentes tipos de hepatites

  • Hepatites A e E: São transmitidas por via fecal-oral — por água e alimentos contaminados — e geralmente têm curso agudo e autolimitado. A recuperação é total na maioria dos casos, mas a hepatite E pode ser fulminante em algumas situações.
  • Hepatites B e C: Transmitidas por contato com sangue e fluidos corporais contaminados. São,muitas vezes, silenciosas nas fases iniciais e, quando não tratadas, podem evoluir para formas graves. O risco de cronificação varia: entre 5% e 10% para a hepatite B e cerca de 85% para a hepatite C.
  • Hepatite D (Delta): Depende da coinfecção com o vírus da hepatite B para se manifestar, podendo agravar o quadro clínico.

Como se prevenir contra as hepatites

Para hepatites A e E:

  • Vacinação contra hepatite A (disponível pelo Programa Nacional de Imunizações – PNI);
  • Uso de água tratada, clorada ou fervida;
  • Higienização das mãos antes das refeições e após o uso do banheiro;
  • Consumo de alimentos bem cozidos;
  • Evitar alimentos e bebidas de procedência desconhecida;
  • Não compartilhar copos e talheres.

Para hepatites B, C e D:

  • Vacinação contra hepatite B (disponível pelo PNI);
  • Uso de preservativos em relações sexuais;
  • Não compartilhar objetos perfurocortantes, como alicates, lâminas ou seringas
  • Evitar compartilhar escova de dente
  • Garantir a procedência dos materiais utilizados em tatuagens e piercings

Diagnóstico e tratamento adequado fazem a diferença

O diagnóstico das hepatites virais é feito por meio de exames de sangue que detectam a presença dos vírus ou seus marcadores. As hepatites A e E não possuem tratamento específico — a abordagem é de suporte, focada no alívio dos sintomas. Já as hepatites B e C são tratadas com medicamentos antivirais.

No caso da hepatite C, os antivirais de ação direta têm taxa de cura superior a 95%.

O tratamento precoce é essencial para evitar complicações como cirrose e câncer de fígado, reforçando a importância da testagem regular, especialmente em grupos de risco.

* Renata de Magalhães Vieira é infectologista credenciada pelo CRM/RJ 52.0111872-2 / RQE 28767

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