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Quem é o professor da USP preso nos EUA por atirar perto de sinagoga

Carlos Portugal Gouvêa tem extenso currículo acadêmico e atua sobretudo na área de direito empresarial e de direitos humanos

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Advogado brasileiro Carlos Portugal Gouvêa | Foto: Divulgação/Faculdade de Direito da USP
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O advogado brasileiro Carlos Portugal Gouvêa, que se declarou culpado por ter disparado com uma arma de chumbinho próximo a uma sinagoga nos Estados Unidos, é professor da Universidade de São Paulo (USP) desde 2011. Ele é livre-docente em direito comercial e dá aulas de direito empresarial, contratos, direitos humanos e governança, todas ministradas sob a ótica corporativa.

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Gouvêa é professor do mesmo curso que o formou advogado anos atrás. Ele também acumula cargos exercidos na instituição, tendo sido presidente da Comissão de Inclusão e Pertencimento da Faculdade de Direito da USP e diretor executivo do Centro de Direitos Humanos (CDH) (1997-2002), onde coordenou o Escritório Modelo de Direitos Humanos.

Além de bacharel em Direito pela USP, Gouvêa é também doutor em Direito pela Universidade de Harvard e foi pesquisador visitante na Yale Law School e na Wharton Business School da University of Pennsylvania. Ele também é associado à New York State Bar Association (NYSBA, na sigla em inglês), a maior associação profissional de advogados do estado de Nova York.

Fora da vida acadêmica, Gouvêa é sócio-fundador do PGLaw, o primeiro escritório especializado em governança corporativa e no desenvolvimento de diagnósticos em direitos humanos e negócios no Brasil. Ele também é fundador e diretor-presidente do do Instituto de Direito Global, um think tank dedicado às pesquisas sobre justiça social e ambiental.

O ataque

Gouvêa disparou uma arma de chumbinho perto de uma sinagoga de Massachussets. O caso ocorreu em 1º de outubro, no dia anterior ao Yom Kippur. Ele foi preso, na quarta-feira (3), depois que seu visto temporário de não imigrante foi revogado pelo Departamento de Estado dos EUA.

No mês passado, Gouvêa concordou em se declarar culpado por disparar ilegalmente a arma de chumbinho e cumprir seis meses de liberdade condicional pré-julgamento. Outras acusações que ele enfrentava por perturbação da paz, conduta desordeira e vandalização de propriedade foram descartadas como parte do acordo judicial.

A prisão de Gouvêa ocorre num momento em que o governo de Donald Trump pressiona Harvard a chegar a um acordo para resolver uma série de alegações feitas contra a instituição, incluindo a de não ter feito o suficiente para combater o antissemitismo e proteger os estudantes judeus no campus.

Harvard processou o governo e, no julgamento, a Justiça entendeu que o governo encerrou ilegalmente mais de US$2 bilhões em bolsas de pesquisa concedidas à universidade.

Segundo a agência de notícias Reuters, Gouvêa não pôde ser contatado imediatamente para comentar o assunto. A Universidade de Harvard, por sua vez, não quis se pronunciar.

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