Quem é a freira que quebrou protocolo ao se aproximar de caixão do Papa Francisco
Geneviève Jeanningros, 81 anos, realiza trabalhos pastorais com grupos minoritários e se encontrava com o papa toda semana
Larissa Saavedra
A freira que chamou atenção ao parar ao lado do caixão do Papa Francisco, no início do velório, é Geneviève Jeanningros. Irmãzinha de Jesus, ela tem 81 anos e mora em um trailer com a irmã Anna Amelia.
A cena repercutiu por ter quebrado o protocolo: naquele momento apenas cardeais e clérigos reverenciavam o pontífice, quando ela se aproximou na lateral do caixão e ficou ali por alguns instantes.
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Geneviève conheceu o papa há alguns anos. Logo após sua eleição, a religiosa escreveu uma carta a Francisco, relembrando a história de uma tia que desapareceu durante regime militar, na Argentina.
A religiosa vive há 56 anos em meio às comunidades LGBTQIA+ e promovia encontros desses grupos com o pontífice toda quarta-feira, na Praça São Pedro.
Em um desses encontros, Geneviève promoveu o encontro de familiares de um médico norte-americano, que morreu de Covid durante a pandemia e teve seu funeral recusado pela igreja por ser homossexual. O pai do médico disse não acreditar mais na igreja, mas eles foram levados a Roma e encontraram com o papa, que os abençoou.
Nômades, ciganos, circenses, transgêneros, homossexuais e casais de vários tipos passaram por lá nos últimos anos.
“Neste mundo vemos passar pessoas de todos os tipos e o coração se abre, somos pessoas humanas, não se pode ter um julgamento restrito”, disse a freira.
Além dos encontros semanais e a troca de cartas, Geneviève levava empanadas argentinas, preparadas por ela, para Francisco.