Preso em embaixada, ex-vice-presidente é levado para prisão de segurança máxima no Equador
Jorge Glas estava refugiado na representação mexicana em Quito desde dezembro; autoridades equatorianas invadiram o local para cumprir mandado de prisão
O ex-vice-presidente do Equador, Jorge Glas Espinel, que foi preso na última sexta-feira (5), na embaixada do México em Quito, foi transferido para uma penitenciária de segurança máxima do país, em Guayaquil.
Glas estava refugiado na representação mexicana desde dezembro de 2023, onde pediu asilo político por alegar perseguição política do Equador.
Ele passou a madrugada de sábado preso na Unidade de Flagrantes em Quito, antes de ser levado para a unidade prisional de Guayaquil.
Sob forte aparato policial e apoio das Forças Armadas, o ex-vice-presidente do Equador foi levado para cumprir sua pena de 6 anos por corrupção no Centro de Privação de Liberdade (CPL) número 3, ou também conhecido como prisão La Roca.
O comunicado foi compartilhado na rede social X (antigo Twitter) do Serviço Nacional de Atenção Integral aos Adultos Privados de Liberdade e Adolescentes Infratores (SNAI), que administra as unidades prisionais do Equador.
O político será submetido a uma avaliação médica para entrar no sistema prisional e Glas ficará em uma cela, conforme os critérios de classificação da prisão, como manda a legislação equatoriana.
Prisão violou a Convenção de Viena
O México havia concedido asilo político ao ex-vice-presidente horas antes da invasão policial na embaixada pelos agentes equatorianos.
O governo do Equador considerou “ilegal” o asilo concedido a Glas, que foi condenado a seis anos de prisão por crimes de corrupção.
Após a invasão, o presidente Andés Manuel López Obrador suspendeu as relações diplomáticas com o Equador a partir do direito internacional em que a Convenção de Viena de 1963 estabelece que as embaixadas são territórios invioláveis.
Nicarágua também anunciou a suspensão das relações com Equador. A União Europeia e o Brasil condenaram a invasão da embaixada do México em Quito.
O presidente Lula (PT) prestou solidariedadae ao presidente mexicano e o Itamaraty argumentou em nota que o episódio é uma “clara violação à Convenção Americana sobre Asilo Diplomático e à Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas”.
Após o episódio, segundo o canal de televisão local Ecuavisa, um grupo de 18 funcionários da embaixada do México e seus familiares deixaram o Equador de volta ao México em um voo comercial.