Itamaraty condena invasão do Equador a embaixada do México em Quito
Segundo governo brasileiro, episódio abre um "grave precedente"; Lula se solidariza ao governo mexicano
O governo do Brasil condenou neste sábado (6) a invasão da polícia equatoriana à embaixada do México, em Quito, para prender o ex-vice-presidente do Equador, Jorge Glas. A nota do Itamaraty relata que episódio abre um “grave precedente”.
"A medida levada a cabo pelo governo equatoriano constitui grave precedente, cabendo ser objeto de enérgico repúdio, qualquer que seja a justificativa para sua realização", diz o Itamaraty.
A invasão à representação mexicana aconteceu na noite de sexta-feira (5). Segundo a imprensa local, as autoridades do Equador foram prender Glas, que foi condenado a seis anos de prisão no caso de corrupção que envolve a construtora brasileira Odebrecht, no pagamento de propina por concessão de contratos do governo local.
A ação aconteceu após o governo do México oferecer asilo político ao ex-vice-presidente do Equador, que alega que está sendo perseguido pela Procuradoria-Geral do Equador. Glas estava na embaixada mexicana desde dezembro do ano passado.
Autoridades do Equador pediram permissão ao México para entrar na embaixada em Quito para fazer a prisão, mas diante da negativa, agentes arrombaram as portas da representação, entraram no local e fizeram a prisão de Jorge Glas.
O responsável pela Embaixada do México no Equador, Roberto Canesco disse a rede de televisão Ecuavisa que teve um “atropelo ao direito internacional” e classificou o ato como “barbárie”.
“Zero impunidade”
A presidência do Equador emitiu uma nota oficial com tom duro em sua conta na rede social X (antigo Twitter) que confirma a operação policial na representação do México em Quito.
A comunicação alega que “toda embaixada tem uma só finalidade: servir como espaço diplomático com o objetivo de estreitar as relações entre os países”.
Lula presta solidariedade ao México
Nas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) republicou a nota do Ministério das Relações Exteriores e prestou solidariedade ao presidente do México, Andrés Manuel López Obrador.