Polícia russa prende mais de 400 pessoas em manifestações em memória de Navalny
Maior número de detenções ocorreu em São Petersburgo e Moscou; casos são encaminhados aos tribunais distritais
A polícia russa prendeu mais de 400 pessoas durante as manifestações em homenagem ao opositor do presidente Vladimir Putin, Alexei Navalny, que foi encontrado morto na prisão na sexta-feira (16). Dados da plataforma OVD-Info apontam que o maior número de detenções ocorreu em São Petersburgo e Moscou, onde Navalny tinha mais apoio.
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Essa é a maior quantidade de presos em manifestações desde setembro do ano passado, quando mais de mil pessoas foram detidas enquanto protestavam contra a mobilização parcial de militares. Os casos estão sendo encaminhados para os tribunais distritais, que já responsabilizaram 90 pessoas com ao menos duas semanas de prisão.
A morte de Navalny foi confirmada pelo Serviço Penitenciário Federal, que informou que o líder político se sentiu mal após uma caminhada na colônia penal "Lobo Polar", em Kharp, e perdeu a consciência. Ele cumpria 19 anos de prisão por extremismo em uma unidade prisional do Ártico, que contava com o mais alto nível de segurança das prisões do país.
A notícia repercutiu em todo o território russo, onde foram organizados homenagens à Navalny e outras vítimas de repressão política. Isso porque o político foi o mais novo a entrar para a lista de rivais de Putin mortos em condições suspeitas e não esclarecidas. Nomes como Yevgeny Prigozhin e Ravil Maganov também integram o documento.
Nesta manhã (19), a porta-voz de Navalny, Kira Yarmysh, afirmou que as autoridades russas negaram, pelo terceiro dia, o acesso da família e advogados ao corpo do político. “Um dos advogados foi literalmente empurrado para fora. Quando perguntaram à equipe se o corpo de Alexei estava lá, ninguém não respondeu”, disse a porta-voz.