Publicidade

ONU conclui que governo Maduro cometeu crimes contra a humanidade na Venezuela

Relatório de Missão enviada ao país destaca o uso da máquina pública para "desmantelar e desmobilizar a oposição política" durante a eleição deste ano

ONU conclui que governo Maduro cometeu crimes contra a humanidade na Venezuela
Publicidade

O governo de Nicolás Maduro cometeu crimes contra a humanidade antes, durante e após as controversas eleições presidenciais de julho na Venezuela. É o que concluiu uma missão da Organização das Nações Unidas (ONU) num relatório divulgado nesta terça-feira (15).

A investigação, que amplia o relatório da Missão de Determinação dos Fatos apresentado em 20 de setembro ao Conselho de Direitos Humanos, documenta múltiplas e crescentes violações e crimes cometidos pelo governo venezuelano, pelas forças de segurança e pelos grupos civis armados pró-governo durante o período do pleito.

+ Entenda mudança de discurso do governo brasileiro sobre Maduro e eleição na Venezuela

Essas violações, segundo a ONU, incluem detenções arbitrárias, tortura, desaparecimentos forçados de curta duração e violência sexual, realizados "como parte de um plano coordenado para silenciar opositores ou pessoas percebidas como tal". Entre as vítimas estão crianças, adolescentes e pessoas com deficiência.

Máquina de repressão

A ONU acusa ainda o governo de Maduro de fazer uso consciente e planejado da "máquina de repressão" para gerar "um clima de medo generalizado na população"

"A partir de outubro de 2023, no contexto de um ano eleitoral, o Estado começou a reativar o mecanismo de repressão para realizar ações destinadas a desmantelar e desmobilizar a oposição política organizada", diz o relatório.

"Após as eleições presidenciais de 28 de julho de 2024, as autoridades intensificaram e aceleraram a modalidade mais severa e violenta de sua repressão com o objetivo de silenciar opositores... A repressão exercida por agentes estatais e privados com a conivência do Estado, que continua ocorrendo até o momento, gerou um clima de medo generalizado na população", continua.

+ Líder da oposição venezuelana diz que foi coagido a assinar carta aceitando vitória de Maduro

Ameaças e tortura

As pessoas detidas, segundo a missão da ONU, são ameaçadas, inclusive com atos de tortura, para que se autoincriminem por fatos que constituem crimes graves, como terrorismo, e alerta que a falta de provas e a ausência de advogados colocam as vítimas em uma posição de especial vulnerabilidade.

"Particularmente grave é a situação de crianças e adolescentes detidos, que enfrentam as mesmas ameaças e não estão recebendo as medidas especiais de proteção exigidas pelo direito internacional", diz.

Violação dos Direitos Humanos

Diante dos elementos levantados, a missão conclui que há motivos razoáveis para acreditar "que algumas das violações dos direitos humanos e crimes investigados durante este período representam uma continuação da mesma linha de conduta que caracterizou em relatórios anteriores como crimes contra a humanidade".

+ Tribunal Supremo da Venezuela atesta vitória de Maduro e proíbe divulgação de atas

"Essas condutas ocorreram como parte do mesmo ataque generalizado e sistemático contra a população civil, em cumprimento de uma política estatal destinada a silenciar, desencorajar e suprimir a oposição ao governo do presidente Maduro, ou em apoio à mesma", destaca a ONU.

Publicidade
Publicidade

Assuntos relacionados

Nicolás Maduro
Venezuela
ONU
Eleições

Últimas notícias

Tarcísio defende Bolsonaro e afirma que indiciamento "carece de provas"

Tarcísio defende Bolsonaro e afirma que indiciamento "carece de provas"

Ex-presidente foi indiciado pela Polícia Federal por envolvimento em plano golpista orquestrado por militares
Alta dos preços na ceia de Natal 2024 pesa no bolso dos brasileiros

Alta dos preços na ceia de Natal 2024 pesa no bolso dos brasileiros

Carnes e sucos tiveram aumentos entre 12% e 19%, impactando diretamente o custo das ceias de fim de ano; Azeite foi o maior vilão, com 21,3% de alta
Golpistas se aproveitam da Black Friday para aplicar golpes online

Golpistas se aproveitam da Black Friday para aplicar golpes online

Tentativas de acesso a sites falsos aumentaram 35% em outubro, em relação ao mês anterior
Feirão SPC Brasil oferece até 99% de desconto para quitar dívidas

Feirão SPC Brasil oferece até 99% de desconto para quitar dívidas

Campanha começou nesta quinta-feira (21) e possibilita negociação de débitos online até 10 de dezembro
Indiciamentos mostram que comissão do 8/1 "estava no caminho certo", diz senadora

Indiciamentos mostram que comissão do 8/1 "estava no caminho certo", diz senadora

Congressistas comentaram os indiciamentos na investigação sobre golpe de Estado; Boulos disse que pedirá cassação do mandato de Ramagem
Câncer de próstata é a causa de morte de um homem a cada 30 minutos no Brasil

Câncer de próstata é a causa de morte de um homem a cada 30 minutos no Brasil

Diagnóstico precoce da doença pode garantir até 90% de chance de cura
Bolsonaro não deve ser preso após indiciamento, avalia advogado criminalista

Bolsonaro não deve ser preso após indiciamento, avalia advogado criminalista

Especialista sinaliza que detenção só deve ocorrer se o ex-presidente, investigado por golpe de estado, atrapalhar a polícia ou se for condenado
Haddad anuncia bloqueio de R$ 5 bilhões no Orçamento de 2024 e adia, mais uma vez, definição sobre corte de gastos

Haddad anuncia bloqueio de R$ 5 bilhões no Orçamento de 2024 e adia, mais uma vez, definição sobre corte de gastos

Novo prazo para a apresentação das medidas para reduzir gastos do governo, segundo o ministro da Fazenda, é a próxima terça-feira (26)
Faturamento da Black Friday de 2024 deve chegar a R$ 5,2 Bilhões, aponta CNC

Faturamento da Black Friday de 2024 deve chegar a R$ 5,2 Bilhões, aponta CNC

Móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos lideram interesse dos brasileiros; expectativa é que as vendas superem em 0,04% a edição do ano passado
Policial que matou estudante de medicina é indiciado por homicídio doloso

Policial que matou estudante de medicina é indiciado por homicídio doloso

Marco Aurélio Cárdenas Acosta, de 22 anos, foi morto com tiro à queima-roupa durante uma abordagem da Polícia Militar de São Paulo
Publicidade
Publicidade