ONU denuncia forças de segurança de Mianmar por 'tortura sistemática'
Vítimas foram submetidas a espancamentos, choques elétricos, estupro coletivo e outras formas de tortura, aponta relatório da organização

SBT News
com informações da Reuters
Investigadores das Nações Unidas revelaram nesta terça-feira (12) que encontraram evidências de tortura sistemática por parte das forças de segurança de Mianmar contra dissidentes.
O Mecanismo Investigativo Independente para Mianmar (IIMM), formado em 2018 para analisar provas de graves violações do direito internacional, afirmou que as vítimas foram submetidas a espancamentos, choques elétricos, estupro coletivo, estrangulamento e outras formas de tortura, como a remoção de unhas com alicates.
"Descobrimos evidências significativas, incluindo depoimentos de testemunhas oculares, que mostram a tortura sistemática nas instalações de detenção de Mianmar", disse Nicholas Koumjian, diretor do IIMM, em uma nota que acompanha o relatório de 16 páginas.
As conclusões do relatório, que abrangem o período de um ano até 30 de junho de 2025, foram baseadas em informações de mais de 1.300 fontes, incluindo centenas de depoimentos de testemunhas oculares, bem como provas forenses, documentos e fotografias.
Os perpetradores identificados até o momento incluem comandantes de alto nível, segundo o relatório, embora os nomes não tenham sido divulgados devido às investigações em andamento e à preocupação de alertar os indivíduos.
Os investigadores se concentraram na tortura em parte porque muitas vítimas conseguiram identificar os perpetradores individualmente, o que, segundo Koumjian, poderia ajudar em futuras condenações.
"As pessoas geralmente sabem os nomes ou certamente conhecem os rostos daqueles que as torturam ou que torturam seus amigos", disse Koumjian a repórteres em Genebra, na Suíça.
A tortura às vezes resultava em morte. Crianças, que muitas vezes são detidas ilegalmente como representantes de seus pais desaparecidos, estavam entre os torturados, mostrou o relatório.
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Mianmar está sob ditadura militar desde 2021, quando militares se voltaram contra o governo civil eleito, mergulhando o país em uma guerra civil. Dezenas de milhares de pessoas foram detidas desde então, segundo as Nações Unidas.