Oito fatos que você não sabia sobre as eleições no Reino Unido

Às 22h desta quinta-feira (18h em Brasília), os britânicos já terão uma noção do tamanho da vitória dos Trabalhistas nas eleições gerais do Reino Unido. Já não há dúvidas de que a oposição assumirá o governo.

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Nas últimas peças de campanha do Partido Conservador, a mensagem era:

"Evite uma supermaioria dos Trabalhistas".

O próprio líder do partido e primeiro-ministro Rishi Sunak afirmou isso em um dos seus últimos discursos, dando o tom de que os conservadores lutam agora para diminuir o tamanho da derrota.

As últimas pesquisas mostram que estas eleições podem produzir uma série de recordes históricos.

O Partido Trabalhista poderá conquistar até 484 dos 650 assentos da Casa dos Comuns. Para ter maioria, são necessários pelo menos 326.

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Se as pesquisas se confirmarem, os Trabalhistas terão a maior bancada conquistada por um partido desde 1832.

A atual bancada do partido é de 202 parlamentares. Do outro lado, o Partido Conservador perderia mais de 250 e ficaria com cerca de 100, a menor bancada de sua história.

Confira os oito fatos que provavelmente você não sabia:

• O Reino Unido tem 46 milhões de eleitores registrados. O voto não é obrigatório. Na última eleição geral, em 2019, houve um comparecimento de 67,3%.

• 4.515 candidatos disputam as 650 vagas do parlamento. É um número recorde. Há 98 partidos diferentes, entre eles alguns de causa única, como o "Rejoin EU", que defende a volta do Reino Unido à União Europeia e o "Movimento Psicodélico", que prega a legalização de drogas psicodélicas.

• Entre os pequenos partidos e os independentes, há candidatos que se apresentam como seres de outras galáxias, como o "Conde Cara de Lixeira". Não se surpreenda se você vir esse ser interplanetário no anúncio dos resultados e nem se ele ganhar alguns votos.

• O total de votos recebidos não é necessariamente o que define o tamanho da bancada de um partido. Pense nas eleições do Reino Unido como 650 pequenas eleições em cada distrito eleitoral do país. O sistema já é um filtro que privilegia os partidos mais tradicionais.

• Escócia, Gales e Irlanda do Norte têm partidos próprios que só concorrem nestas nações que formam o Reino Unido. O Partido Nacional Escocês, que defende a independência da Escócia, deverá perder assentos para os Trabalhistas, o que vai deixar o projeto de deixar o Reino Unido ainda mais distante.

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• O Sinn Fein, partido republicano da Irlanda do Norte, fez campanha e está concorrendo nos 18 distritos norte-irlandeses. Mas o partido recusa-se a reconhecer o governo britânico e a ocupar os assentos que ganha na Casa dos Comuns. Na última eleição geral, venceu em 7 distritos. O Sinn Féin prega a separação do Reino Unido e a união à República da Irlanda.

• Após a divulgação do resultado das eleições, o Rei Charles III, que é Chefe de Estado, recebe no Palácio de Buckingham o líder do partido que conquistar a maior bancada e determina que um governo seja formado em nome dele. É tudo meramente cerimonial e há muitos britânicos (e turistas) que adoram tudo isso.

• A era das redes sociais trouxe uma nova tradição para o Reino Unido. Desde 2015, milhares de eleitores levam seus cachorros para as sessões eleitorais para a tradicional foto do cão esperando por seu dono do lado de fora. Não se surpreenda se você se deparar com #dogsatpollingstations nas suas redes sociais. Os britânicos não apenas gostam. Também adoram mostrar que gostam.