O que significa a volta de um embaixador? Entenda pedido do governo e a crise com Israel
Após desconforto diplomático, Brasil pediu para que Frederico Meyer retorne ao país. Não há data de retorno a Israel
O movimento do governo Lula em trazer de volta ao Brasil o embaixador em Israel, Frederico Meyer, pode ter impactos diplomáticos, políticos e até econômicos na relação entre os dois países. A medida é geralmente adotada como uma forma de sinalizar posições em atritos internacionais, de forma excepcional.
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Meyer volta ao Brasil sob a justificativa de ser chamado a "serviços para consultas", e sem data de retorno. A decisão foi confirmada nesta segunda-feira (19), após ele ter sido convocado em Israel para tratar declarações recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que comparou os ataques israelenses contra Gaza ao Holocausto.
A reunião com o embaixador se deu por convocação, em um ambiente também pouco habitual. Ele foi levado ao Museu do Holocausto, que reúne a memória das ações contra judeus durante a Segunda Guerra Mundial. A ação foi vista como uma forma de repreensão ao representante diplomático brasileiro.
Retorno do embaixador
Na prática, a falta de um embaixador brasileiro em Israel pode diminuir as negociações e conversas entre os dois países, o que aumentaria os impactos diplomáticos.
Em situações mais extremas, pode-se chegar à expulsão do diplomata, o que representaria um alto nível de descontentamento. O retorno da figura internacional também pode vir com sanções econômicas ou mudanças no comércio entre os países.
Cenário incerto
Além do retorno de Meyer, o chanceler Mauro Vieira convocou uma reunião com o embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine. O encontro ocorreu no Rio de Janeiro, mas ainda não há informações oficiais a respeito da conversa.
O que disse Lula
Declarações do presidente Lula elevaram o embate com Israel a uma crise diplomática. A situação aconteceu após o presidente comparar as mortes causadas por Israel na Faixa de Gaza com o Holocausto. "O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler decidiu matar os judeus", afirmou, durante viagem à Etiópia.
Após a afirmação, Israel classificou Lula como “persona non grata”, e disse que o presidente é uma pessoa indesejada até que ele peça desculpas pela declaração.