Número de palestinos mortos na Faixa de Gaza passa de 40 mil
Bombardeios israelenses já deslocaram mais de 80% da população do território palestino; estima-se que haja 10 mil mortos sob os escombros
Quase um ano desde o início da ofensiva de Israel na Faixa de Gaza, durante guerra com o grupo extremista Hamas, o número de mortos no enclave palestino já passa de 40 mil, informou o Ministério da Saúde de Gaza nesta quinta-feira (15). Somente nas últimas 24 horas, 40 pessoas foram mortas, incluindo dois gêmeos recém-nascidos de apenas quatro dias.
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O relatório estima ainda que 92 mil pessoas foram feridas e mais de 10 mil corpos continuam sob escombros que a Defesa Civil não tem equipamento para retirar. Segundo a UNRWA, agência da ONU para refugiados palestinos, 63% das estruturas na Faixa de Gaza são avaliadas como destruídas ou danificadas.
O número de instalações e escolas das Nações Unidas impactadas por bombardeios é de 190, com a UNRWA estimando que, no total, pelo menos 563 palestinos abrigados nos locais foram mortos e 1.790, feridos.
O ataque israelense mais recente a uma escola da ONU aconteceu no momento de prece dos muçulmanos e matou mais de 100 civis. Em 7 de agosto, data do último relatório divulgado, o número de funcionários da ONU mortos por Israel era de 205.
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Falta de água potável, alimentação e remédios
O sistema de saúde no território palestino também se encontra em estado crítico após 300 dias de bloqueio na entrada de insumos médicos, alimentação e água potável. De acordo com a OMS e o Health Cluster, o sistema de saúde mal funciona, com 90 hospitais e centros de saúde primários fechados.
Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, o OCHA, também alertou para o nível de desnutrição na Faixa de Gaza, com 96% da população ou 2,15 milhões de pessoas enfrentando altos níveis de insegurança alimentar aguda e um risco iminente de fome.
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A agência também alertou que os casos de desnutrição detectados entre crianças no norte de Gaza aumentaram mais de 300% em julho em comparação com maio.
Em seu último relato à imprensa, o chefe do escritório no território palestino ocupado, Andrea De Domenico, enfatizou a necessidade de ampliar as operações humanitárias. Ele disse que testemunhou nos últimos 300 dias "a exaustão física e psicológica absoluta de toda uma população".
De Domenico observou ainda que, devido a fortes impedimentos de acesso e riscos de segurança generalizados, os esforços de ajuda em andamento continuam aquém das enormes necessidades em Gaza, que se tornou um "cemitério de crianças".