Netanyahu visita Gaza e oferece US$ 5 milhões a palestinos que entregarem reféns
Primeiro-ministro israelense também garantiu passagem segura para fora da Faixa de Gaza
Camila Stucaluc
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ofereceu uma recompensa de US$ 5 milhões e passagem segura para fora da Faixa de Gaza aos palestinos que ajudassem a devolver os reféns capturados pelo grupo extremista Hamas. A declaração foi dada na quarta-feira (20), durante visita no corredor Netzarim, no centro de Gaza.
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“Quem nos trouxer um refém encontrará, para ele e sua família, um caminho seguro para sair. Também oferecemos uma recompensa de US$ 5 milhões por cada refém. A escolha é sua, mas o resultado será o mesmo. Vamos trazê-los todos de volta”, disse Netanyahu, acrescentando que qualquer pessoa que ferir um refém “pagará o preço”.
Israel e Hamas travam uma guerra na Faixa de Gaza desde 7 de outubro de 2023 – quando o grupo realizou um ataque terrorista no sul de Israel matando cerca de 1,2 mil pessoas e capturando 250 pessoas. Dos reféns, a maioria foi libertada por meio de troca de prisioneiros, no final de 2023. Atualmente, o número de reféns detidos pelo Hamas está em 97, incluindo 34 corpos confirmados pelo exército israelense.
No mesmo dia do anúncio de Netanyahu, o chefe interino do Hamas em Gaza, Khalil al-Hayya, disse que não haverá a possibilidade de troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos a menos que a guerra em Gaza termine.
“Sem um fim da guerra, não pode haver troca de prisioneiros. Se a agressão não for encerrada, por que a resistência e, em particular, o Hamas, devolveria os reféns? Como uma pessoa sã ou insana perderia um trunfo que possui enquanto a guerra continua?”, questionou Khalil al-Hayya em entrevista ao canal Al-Aqsa.
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Ele culpou Netanyahu pelo impasse nas negociações de cessar-fogo, mediadas pelo Catar, Egito e Estados Unidos. Isso porque o Hamas pede o fim do conflito em Gaza, que já deixou 44 mil mortos, para libertar os reféns, enquanto Netanyahu garante que a guerra só poderá acabar quando o Hamas for “totalmente destruído”.