70% dos mortos na Faixa de Gaza são mulheres e crianças, diz ONU
Escritório de Direitos Humanos da ONU condenou o que chamou de "violação sistemática dos princípios fundamentais do direito humanitário internacional"
Cerca de 70% dos mortos na Faixa de Gaza são mulheres e crianças, revelou um relatório do Escritório de Direitos Humanos da ONU divulgado nesta sexta-feira (8). O monitoramento, feito durante os seis meses iniciais da guerra — de novembro de 2023 a abril de 2024 — só contabiliza as mortes que a ONU conseguiu verificar com três fontes, mas, segundo a própria agência, o número deve ser maior.
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Das 8.119 vítimas verificadas, 2.036 são mulheres e 3.588 crianças (1.865 meninos e 1.723 meninas). Desses números, 7607 foram mortos em prédios residenciais ou habitações similares, dos quais 44% eram crianças, 26% mulheres e 30% homens.
Segundo a ONU, o alto número de fatalidades por ataque "foi consequência do uso de armas de efeitos amplos pelas Forças de Defesa de Israel( IDF) em áreas densamente povoadas".
A continuação desses ataques, matando uniformemente a população, “demonstra uma aparente indiferença à morte de civis e ao impacto dos meios e métodos de guerra selecionados”, afirma o relatório de 32 páginas.
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O escritório também levanta preocupações com relação à transferência forçada, ataques a hospitais, de forma "aparentemente sistemática", e a jornalistas. Ele também aponta para o uso relatado de munições de fósforo branco.
“Nosso monitoramento indica que esse nível sem precedentes de mortes e ferimentos de civis é uma consequência direta da falha em cumprir os princípios fundamentais do direito humanitário internacional — a saber, os princípios de distinção, proporcionalidade e precauções em ataques”, disse Volker Turk, Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos ao endereçar as descobertas.
“Tragicamente, esses padrões documentados de violações continuam inabaláveis, mais de um ano após o início da guerra.”, completou.