Netanyahu rebate Biden e diz que Israel vai avançar com ofensiva em Rafah
Premiê enfatizou que está seguindo a vontade da maioria dos israelenses para acabar com o Hamas
Camila Stucaluc
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rebateu, no domingo (10), o comentário do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre a ofensiva na Faixa de Gaza. Segundo ele, o líder norte-americano errou ao afirmar que a abordagem na guerra – que já deixou mais de 30 mil mortos – "está prejudicando Israel mais do que ajudando".
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"Não sei exatamente o que o presidente quis dizer, mas se com isso ele quis dizer que estou seguindo políticas contra a vontade da maioria dos israelenses, e que isso está prejudicando os interesses de Israel, então ele está errado em ambos os aspectos", disse Netanyahu em entrevista à organização de jornalismo Politico.
O premiê israelense afirmou ainda que pretende avançar com a invasão na cidade de Rafah, no sul da Gaza. A fala vai contra o alerta de Biden, que disse que a ação cruzaria uma "linha vermelha", já que a região é abrigo de mais de 1,5 milhão de palestinos.
"Nós iremos para lá [Rafah]. Nós não vamos embora. Você sabe, eu tenho uma linha vermelha. Você sabe o que é a linha vermelha? Que o 7 de outubro não volte a acontecer. Nunca mais. E para fazer isso, temos que completar a destruição do exército terrorista do Hamas", disse o premiê, projetando que as batalhas podem durar por meses.
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A invasão em Rafah está próxima. Isso porque, no início do mês, Israel deu um ultimato ao Hamas, dizendo que se todos os reféns não fossem liberados até 10 de março, os soldados iriam lançar uma ofensiva terrestre no local. O cenário preocupa autoridades e organizações internacionais, uma vez que a operação militar pode resultar numa "carnificina".