Israel dá ultimato e diz que lançará ataque em Rafah caso reféns não sejam liberados
Gabinete de guerra deu prazo até 10 de março para entrega de civis; ameaça preocupa comunidade internacional
O ex-ministro da Defesa Benny Gantz, membro do gabinete de guerra de Israel, deu um ultimato ao grupo extremista Hamas. Segundo ele, caso todos os reféns detidos na Faixa de Gaza não sejam liberados até 10 de março, início do Ramadã - mês sagrado para os muçulmanos -, o exército irá lançar uma ofensiva contra a cidade de Rafah.
+ Estados Unidos apresentam proposta de cessar-fogo em Gaza
“O mundo deve saber, e os líderes do Hamas devem saber. Se até o Ramadã nossos reféns não estiverem em casa, os combates continuarão em todos os lugares, incluindo na área de Rafah”, disse Gantz, defendendo a ofensiva contra o Hamas como precisa e limitada.
Essa é a primeira vez que Israel informa um prazo para o início da ofensiva terrestre em Rafah, lar de 1,5 milhão de palestinos. O cenário preocupa autoridades e organizações internacionais, uma vez que a operação militar pode resultar numa “carnificina”, assim como dito pelo Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk.
“Não faz muito tempo, eu havia sinalizado o sofrimento inimaginável enfrentado pelos palestinos em Gaza. Hoje, infelizmente, tendo em conta a carnificina perpetrada até agora em Gaza, é totalmente imaginável o que estaria por vir em Rafah”, disse Türk.
+ Egito constrói muro na fronteira com Gaza em meio a avanço da ofensiva israelense em Rafah
Além das mortes, o diplomata alertou para o fim da ajuda humanitária em Gaza, que tem entrado por Rafah, intensificando ainda mais a crise humanitária na região. A ofensiva também pode impactar o Egito, já que o país faz fronteira com Rafah. O temor é que a operação israelense force os civis a entrarem no território egípcio.