Chefe de direitos humanos da ONU alerta para "carnificina em Rafah"
Cidade é o último abrigo de palestinos na Faixa de Gaza e está sendo mirada por forças israelenses
O avanço da ofensiva israelense em Rafah, na Faixa de Gaza, continua provocando preocupações ao redor do mundo. Segundo o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, uma potencial incursão militar na região, atualmente abrigo de 1,5 milhão de palestinos, é aterrorizante, já que pode resultar numa carnificina.
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“Não faz muito tempo, eu havia sinalizado o sofrimento inimaginável enfrentado pelos palestinos em Gaza. Hoje, infelizmente, tendo em conta a carnificina perpetrada até agora em Gaza, é totalmente imaginável o que estaria por vir em Rafah”, disse Türk.
Além das mortes, o diplomata alertou para o fim da ajuda humanitária em Gaza, que tem entrado por Rafah, por meio da fronteira com o Egito. Isso porque, com as batalhas israelenses para derrotar o grupo Hamas, os caminhões ficariam impossibilitados de fazer a travessia, o que intensificaria ainda mais a crise humanitária na região.
“Uma operação desse tipo em Rafah corre o risco de novos crimes de atrocidade. O mundo não pode permitir. Aqueles que têm influência devem conter em vez de permitir. Tem de haver um cessar-fogo imediato. Todos os reféns restantes devem ser libertados. E tem de haver uma determinação coletiva para chegar a uma solução”, apelou Türk.
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A guerra entre Israel e Hamas chegou ao quarto mês em fevereiro, com mais de 29 mil mortos. Dos óbitos, 28 mil foram registrados na Faixa de Gaza, sendo a maioria mulheres e crianças. As outras mil mortes foram contabilizadas em Israel, quando o Hamas atacou o público de um festival de música eletrônica no país - o que desencadeou o conflito.