Netanyahu promete invadir Rafah apesar da "pressão" internacional
Organizações e líderes mundiais continuam alertando para desastre caso tropas invadam a cidade; 1,5 milhão de civis estão abrigados no local
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou, nesse domingo (17), que irá enviar forças terrestres para Rafah, no sul da Faixa de Gaza, apesar da pressão internacional. Segundo ele, os 1,5 milhão de moradores foram avisados da futura ofensiva e podem sair antes que as tropas entrem na cidade em busca de militantes do Hamas.
+ Israel rejeita proposta de cessar-fogo feita pelo Hamas
"Nenhuma quantidade de pressão internacional nos impedirá de realizar todos os objetivos da guerra. Para fazer isso, também operaremos em Rafah", disse Netanyahu.
O premiê vem prometendo uma ofensiva em Rafah há meses. Na última semana, militares anunciaram um plano para enviar os civis para "ilhas humanitárias" no norte de Gaza, ideia que foi criticada pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), que defendeu "que nenhum lugar é seguro em Gaza".
Mais cedo, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, pediu a Israel que não lance uma invasão em Rafah, "em nome da humanidade". O mesmo vem sendo feito por outras entidades e líderes internacionais.
Israel também enfrenta um impasse com o principal aliado, os Estados Unidos, que dizem que não podem apoiar uma ofensiva em Rafah sem um plano credível para abrigar os civis. Na última semana, o líder da maioria do Senado, Chuck Schumer, pediu que o país realizasse uma nova eleição, defendendo que Netanyahu "perdeu o rumo".
+ Chefe de direitos humanos da ONU alerta para "carnificina em Rafah"
A declaração foi rebatida por Netanyahu, que classificou os comentários de Schumer como inapropriados. "Não somos uma república de bananas. O povo escolherá quando terá eleições e quem elegerá. Não é algo que nos será imposto", disse à Fox News.