Museu do Louvre de Paris é fechado após roubo de joias históricas
Ninguém ficou ferido e a polícia investiga o caso, segundo informou a ministra da Cultura da França
Caroline Vale
O Museu do Louvre, em Paris, na França, foi fechado neste domingo (19) após ladrões invadirem o local por volta das 9h30 (no horário local, 4h30 no horário de Brasília), quando o museu já estava aberto ao público. O roubo foi confirmado pela ministra da Cultura da França, Rachida Dati.
Segundo informações da imprensa francesa, os ladrões invadiram a Galeria Apollo, onde estão expostas joias da coroa e peças da coleção de Napoleão III.
Em nota, o Louvre, que é o museu mais visitado do mundo e lar da Mona Lisa do artista Leonardo da Vinci, informou que permanecerá fechado durante todo o domingo “por razões excepcionais”. O museu não divulgou detalhes sobre o valor das peças roubadas.
Como os ladrões entraram no museu?
Segundo o jornal Le Parisien, o assalto foi classificado pelo ministro do Interior, Laurent Nuñez, como um “grande roubo”. Ele disse que os criminosos usaram um guindaste, instalado em um caminhão, para acessar a Galeria de Apollo, que fica no primeiro andar, e roubaram “joias de valor inestimável” .
De acordo com informações das autoridades, os suspeitos chegaram em duas scooters de alta potência, vindas pelo cais do Sena, onde há obras em andamento.
As janelas foram quebradas com uma esmerilhadeira antes da invasão, e oito peças da coleção de Napoleão e da Imperatriz Eugênia foram levadas, entre elas, um colar, um broche e uma tiara.
"Vimos algumas filmagens: eles não têm como alvo as pessoas, entram calmamente em quatro minutos, quebram vitrines, pegam os itens e vão embora. Sem violência, muito profissional", disse a ministra da Cultura da França, Rachida Dati, na TF1.
As autoridades acreditam que se tratava de uma equipe que já havia feito reconhecimento prévio do local. Parte das joias pode ter sido danificada durante a fuga, uma delas, a coroa da Imperatriz, teria sido encontrada do lado de fora do museu. Uma segunda joia também foi recuperada, mas não se sabe qual.
Os criminosos fugiram em motocicletas. Conforme a ministra da Cultura francesa, ninguém ficou ferido e o museu foi evacuado.
Um vídeo postado no X por um guia do museu mostrou os visitantes se dirigindo para as saídas, inicialmente sem saber o motivo da interrupção de sua visitação. Assista ao momento abaixo:
Investigações
O ministro informou que foi aberta uma investigação com uma unidade policial especializada, que tem uma alta taxa de sucesso em roubos nesse perfil.
Esse não é o primeiro roubo no museu. Em um dos crimes de arte mais ousados da história, a Mona Lisa foi levada do museu em 1911 em um assalto envolvendo um ex-funcionário. Ele acabou sendo pego e a pintura foi devolvida ao museu dois anos depois.
No início deste ano, autoridades do Louvre solicitaram ajuda urgente do governo francês para restaurar e renovar salas de exposição envelhecidas e proteger melhor suas inúmeras obras de arte.
Dati destacou que a questão da segurança dos museus não é nova: "Durante 40 anos, houve pouco foco na segurança desses grandes museus e, há dois anos, o presidente do Louvre solicitou uma auditoria de segurança ao prefeito da polícia. Por quê? Porque os museus precisam se adaptar às novas formas de crime", disse. "Hoje, é o crime organizado - profissionais."
Em comunicado, o presidente Emmanuel Macron classificou o roubo como “um ataque a um patrimônio da história francesa” e disse que o governo trabalha para encontrar os criminosos. “Recuperaremos as obras e os perpetradores serão levados à justiça. O projeto Louvre New Renaissance, que lançamos em janeiro, prevê segurança reforçada. Será o garante da preservação e proteção do que constitui nossa memória e nossa cultura”, prometeu.
O que tem na Galeria Apollo?
No site oficial do Louvre consta que a Galeria de Apollo é um dos espaços mais emblemáticos do palácio, criada no século XVII a pedido de Luís XIV, o “Rei-Sol”.
Ainda segundo o museu, a Galeria abriga parte das coleções mais valiosas da França, incluindo vasos de pedras preciosas reunidos por Luís XIV e joias da Coroa francesa. Entre as peças mais conhecidas estão os diamantes Regent e Hortensia, exibidos em vitrines centrais sob iluminação especial.
Ainda segundo o Le Parisien, o famoso diamante Regent, de mais de 140 quilates, não foi roubado.
