Marine Le Pen, líder da extrema direita da França, é declarada inelegível
Chefe do partido Reunião Nacional (RN) foi condenada por desvio de recursos e deve ficar 5 anos sem concorrer a cargos públicos

Emanuelle Menezes
Marine Le Pen, líder da extrema direita da França, foi declarada inelegível pela Justiça francesa nesta segunda-feira (31). A chefe do partido Reunião Nacional (RN) foi condenada por desvio de recursos e recebeu uma pena de cinco anos sem concorrer a cargos públicos.
Le Pen liderava as pesquisas de intenção de voto para as próximas eleições presidenciais na França, que acontecem em 2027. Ela concorreu às eleições em 2017 e 2022, ficando atrás do presidente Emmanuel Macron.
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Para a líder do Reunião Nacional, a inelegibilidade é como uma "morte política". Além de Le Pen, outros oito membros do partido foram considerados culpados por peculato, o desvio de fundos públicos.
A juíza Bénédicte de Perthuis, do Tribunal de Paris, afirmou que Le Pen estava no centro de um sistema que o RN usou para desviar dinheiro do parlamento da União Europeia (UE). A magistrada disse que, apesar de Le Pen e os outros oito réus não terem enriquecido pessoalmente, o desvio de fundos enganou o parlamento e os eleitores.
A líder da extrema direita francesa e outros 24 integrantes do Reunião Nacional foram acusados de terem usado mais de 4 milhões de euros, destinado a assessores parlamentares da UE, para pagar funcionários que trabalharam para o partido entre 2004 e 2016, em violação aos regulamentos do bloco.
Além da inelegibilidade, Le Pen também foi condenada a quatro anos de prisão e ao pagamento de uma multa de 100 mil euros. A sentença que proíbe a política de concorrer a cargos públicos entra em vigor imediatamente, ao contrário da pena de detenção e da multa, que só serão aplicadas quando os recursos na Justiça tiverem sido esgotados.
* Com informações da Associated Press