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Maduro chama María Corina de 'bruxa demoníaca' após opositora ganhar Nobel da Paz

Usando termo pejorativo, presidente venezuelano disse que população repudia política no país

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Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro | Divulgação/governo da Venezuela
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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chamou a líder opositora María Corina Machado de “bruxa demoníaca”. O xingamento ocorreu no domingo (12), durante discurso pelo Dia da Resistência, dois dias após a política ser agraciada com o Prêmio Nobel da Paz.

“Todas as pesquisas estão aí: 90% do nosso povo repudia qualquer ameaça de invasão ou guerra contra a Venezuela. 80, 85% estão dispostos a combater pela sua pátria, pela sua terra, a Venezuela. 90% de toda a população repudia a bruxa demoníaca da Sayona”, disse Maduro.

“La Sayona” é a forma pejorativa com que o governo de Maduro se refere a María. O termo se deve a uma figura do folclore venezuelano que se veste de branco e castiga homens infiéis.

Assim como outras autoridades, Maduro acusa María de apoiar uma invasão estrangeira, uma vez que a opositora já se manifestou a favor da operação naval dos Estados Unidos no sul do Caribe, próximo à costa venezuelana. Apesar de Washington afirmar combater o narcotráfico, Maduro teme que a ação seja uma ofensiva disfarçada para mudar o regime do país à força.

Novel da Paz e prisão durante posse de Maduro

María recebeu o Nobel da Paz por “seu trabalho na promoção dos direitos democráticos na Venezuela e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”. Segundo a Academia, a política “uniu a oposição e nunca vacilou em resistir à militarização da sociedade venezuelana”.

Maria chegou a ser presa em janeiro deste ano, um dia antes da posse do presidente Nicolás Maduro. Ela participava de uma manifestação contra a posse do líder chavista quando tiros foram disparados contra ela e integrantes de seu partido. Ela foi detida por algumas horas e, posteriormente, libertada.

Na ocasião, foi a primeira aparição pública de María Corina em meses. Impedida de participar do pleito contra Maduro, ela foi substituída por Edmundo González, que se exilou na Espanha após a Corte Eleitoral da Venezuela, integrada por apoiadores de Maduro, anunciar a vitória do atual presidente.

+ Quem é Maria Corina Machado, a venezuelana que ganhou o Prêmio Nobel da Paz

Quando foi presa, Corina disse que foi interceptada, ameaçada durante o trajeto e levada a um local desconhecido, onde ficou várias horas sem enxergar totalmente. “Agora sinto dores pelo corpo, o que reflete a grave situação do país. Apesar disso, agradeço ao povo venezuelano por resistir à ditadura, mostrando a importância da luta pela liberdade", disse, à época.

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