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Macron reconduz Lecornu ao cargo de primeiro-ministro 4 dias após renúncia

Decisão do presidente francês amplia tensão com partidos de oposição

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Sébastien Lecornu renunciou ao cargo na última segunda-feira (6) - REUTERS/Stephanie Lecocq/Pool
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O presidente da França, Emmanuel Macron, reconduziu Sébastien Lecornu ao cargo de primeiro-ministro nesta sexta-feira (10), apenas quatro dias após ele ter renunciado. A decisão reacendeu críticas da oposição e aprofunda a crise política que atinge o país, com dificuldades para aprovar o orçamento de 2026.

Macron tenta garantir estabilidade no governo e apoio parlamentar para viabilizar o orçamento. O presidente aposta na lealdade de Lecornu para negociar com um Parlamento fragmentado e evitar o colapso político que poderia forçar novas eleições legislativas.

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Lecornu renunciou ao cargo após apenas 27 dias no posto, em meio a impasses nas negociações orçamentárias.

Reação imediata da oposição

A nomeação provocou forte reação dos extremos político-ideológicos. O presidente do partido Reunião Nacional (RN), Jordan Bardella, chamou o “governo Lecornu 2” de “piada de mau gosto” e “humilhação para o povo francês”.

A extrema-esquerda também criticou a decisão, classificando-a como um sinal de isolamento político de Macron dentro do Palácio do Eliseu.

Desafio: aprovar o orçamento de 2026

A prioridade de Lecornu será entregar um orçamento ao Parlamento até segunda-feira (13). Em publicação no X (antigo Twitter), ele afirmou aceitar o cargo “por dever de ofício” e prometeu “fazer todo o possível para fornecer à França um orçamento até o final do ano”.

Lecornu também afirmou que quem integrar seu governo precisará renunciar a ambições pessoais de suceder Macron em 2027, num gesto para conter disputas internas.

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O presidente francês se reuniu com líderes dos partidos socialistas e republicanos, tentando construir uma base de apoio. Mas as legendas de esquerda se irritaram ao saber que Macron não pretendia nomear um premiê de esquerda, mesmo após o colapso dos governos de centro anteriores.

O líder socialista Olivier Faure declarou que o partido não teme uma dissolução do Parlamento, embora também não a busque.

As negociações orçamentárias esbarram no impasse sobre a reforma previdenciária de 2023, que aumentou a idade mínima de aposentadoria para 64 anos.

A esquerda exige a revogação da reforma e tributação maior sobre os ricos, enquanto os conservadores resistem a qualquer aumento de impostos.

Macron chegou a propor adiar a entrada em vigor da idade mínima para 2028, mas os líderes verdes e socialistas consideraram a proposta insuficiente.

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