Líderes ocidentais vão à Ucrânia para marcar os três anos da guerra
Com presença de Ursula von der Leyen e líderes europeus, reunião reforça apoio a Kiev em meio a incertezas sobre o compromisso dos EUA

SBT News
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e líderes de diversos países, incluindo primeiros-ministros da Dinamarca, Canadá, Espanha, Noruega e Suécia, além dos presidentes da Letônia, Finlândia e Lituânia, viajaram para a Ucrânia nesta segunda-feira (24) para marcar os três anos da guerra.
+ "Ucrânia - Histórias da Guerra": SBT lança documentário inédito sobre os três anos do conflito
A visita teve um forte tom de apoio militar e diplomático à Ucrânia, que enfrenta um momento delicado, sobretudo diante da incerteza sobre o compromisso dos Estados Unidos sob o governo do presidente Donald Trump. O republicano, que retornou à presidência no mês passado, tem pressionado por um acordo de paz em negociações diretas com a Rússia, sem a presença de Kiev e líderes europeus, o que levantou um alerta entre autoridades ucranianas e europeias.
Em discurso na audiência que também contou com a participação por videochamada de outros chefes de Estado, Ursula von der Leyen destacou que a segurança global está em jogo nas negociações para o fim do conflito.
"Os autocratas ao redor do mundo estão observando muito atentamente se há impunidade para quem viola fronteiras internacionais ou invade seu vizinho, ou se há uma verdadeira dissuasão", disse ela.
Nos últimos dias, Trump teceu duras críticas a Zelensky, chamando-o de ditador e sugerindo que a Ucrânia tem responsabilidade pela guerra. O republicano também retomou relações diplomáticas com Putin, encerrando três anos de isolamento imposto pelos EUA.
Além disso, Washington já teria sinalizado a Kiev que a entrada do país na Otan é improvável e que a recuperação dos territórios ocupados pela Rússia — que somam quase 20% do território ucraniano — pode não acontecer.
Enquanto isso, as tropas russas continuam avançando no campo de batalha, enquanto a Ucrânia enfrenta dificuldades crescentes com escassez de soldados e armas.