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Política

Lula critica "vácuo de liderança" global e defende papel do Brics na solução de conflitos

No Fórum Empresarial do Brics no Rio, presidente afirmou que ausência de protagonismo político agrava crises mundiais

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste sábado (5), durante o Fórum Empresarial do Brics no Rio de Janeiro, que o mundo enfrenta um "vácuo de liderança" responsável por agravar os conflitos internacionais.

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Diante de chefes de Estado, empresários e representantes das nações que integram o grupo, Lula defendeu que países emergentes assumam um papel mais ativo na promoção da paz e no fortalecimento da cooperação internacional.

"O vínculo entre paz e desenvolvimento é evidente. Não haverá prosperidade em um mundo conflagrado. O fim das guerras e dos conflitos que se acumulam é uma das responsabilidades de chefes de Estado e de governo. É patente que o vácuo de liderança agrava as múltiplas crises enfrentadas por nossas sociedades", declarou. Ele não citou nenhum conflito direto.

A crítica à ausência de protagonismo político global foi um dos pontos mais contundentes do discurso de Lula, que também destacou o papel do Brics como contraponto ao protecionismo crescente e como fiador de um “futuro promissor”.

Segundo o presidente, a falta de lideranças dispostas a promover a paz amplia as múltiplas crises enfrentadas pelas sociedades.

Lula exaltou o desempenho econômico dos países do Brics, que crescem acima da média global — com uma expansão média de 4% em 2024, ante 3,3% do restante do mundo.

Ele também chamou atenção para o peso geopolítico do bloco, que reúne 11 países e representa mais de 40% do PIB mundial em paridade de poder de compra. “Consolidamos o grupo como um polo aglutinador de economias prósperas e dinâmicas”, afirmou o presidente.

Economia verde

O presidente ainda defendeu uma transição ecológica justa e inclusiva. Ressaltou que os países do Brics já figuram entre os maiores investidores em energia renovável e destacou o potencial da região em biocombustíveis, minerais estratégicos e agricultura sustentável. “Queremos ir além da extração dessas riquezas”, disse, propondo maior participação nas cadeias globais de valor da economia verde.

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No campo da inovação, Lula alertou para os riscos da inteligência artificial (IA) desenvolvida sem regulação internacional. Segundo ele, a ausência de diretrizes coletivas permite que apenas os interesses de grandes empresas de tecnologia moldem o futuro da IA. “Os riscos e efeitos colaterais demandam uma governança multilateral”, afirmou, defendendo o papel do Brics na definição de padrões éticos e tecnológicos.

Lula ainda ressaltou a importância dos mecanismos financeiros do bloco, como o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), que já aprovou US$ 40 bilhões em projetos de infraestrutura, saneamento e energia limpa. “Cabe aos governos abrir portas e aos empresários fazer negócios”, concluiu, reforçando o compromisso do Brasil com o fortalecimento da cooperação entre os países em desenvolvimento.

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