Mulher é condenada a 11 anos de prisão nos EUA por matar o seu abusador
Chrystu Kizer tinha 17 anos quando atirou contra Randall Volar, de 34 anos, em 2018; decisão encerra batalha jurídica de seis anos no país
Uma mulher dos Estados Unidos foi condenada a 11 anos de prisão por um Tribunal de Wisconsin após se declarar culpada de homicídio culposo. Chrystu Kizer, que tinha 17 anos na época do crime, alega ter sido traficada e abusada sexualmente por Randall Volar, o homem que matou.
Kizer, que é negra, afirmou que Volar, um homem branco de 34 anos, a traficava desde os 16 anos e tentou abusá-la no dia do crime, o que a levou a atirar contra ele e depois atear fogo no corpo. A defesa argumentou que as ações de Kizer foram um resultado direto do abuso sofrido.
Em 2022, a Suprema Corte de Wisconsin decidiu que uma lei estadual de 2008 que isenta vítimas de tráfico de responsabilidade criminal poderia ser aplicada a casos de homicídio doloso de primeiro grau. Esta decisão permitiu que a equipe jurídica de Kizer pudesse apresentar evidências de que o assassinato foi uma consequência direta do tráfico.
A defesa se concentrou em apresentar essas provas e várias organizações e ativistas se envolveram no processo em defesa de Kizer. Mas, em maio deste ano, ela acabou optando por um acordo judicial com a promotoria, para evitar o risco de receber uma possível pena de prisão perpétua — e se declarou culpada de uma acusação reduzida de homicídio de segundo grau.
Em sua decisão, o juiz David P. Wilk, reconheceu a lei estadual, mas disse que Kizer "abandonou essa alegação” (de legítima defesa) quando se declarou culpada da acusação menor de homicídio culposo, informou o The Journal Sentinel.
“Você entrou com uma declaração de culpa”, disse o juiz. “Isso lhe permite argumentar que suas circunstâncias justificam a misericórdia, mas não que elas justificam a absolvição".
A defesa ainda não se pronunciou sobre a sentença.