Israel e Hezbollah se acusam por violação de cessar-fogo
Duas pessoas ficaram feridas no sul do Líbano após serem atingidas por disparos feitos pelo exército de Israel, que afirma ter detectado 'veículos suspeitos"
SBT News
Pouco mais de 24 horas após o cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, pelo menos duas pessoas ficaram feridas após serem atingidas por tiros ao tentarem retornar para o sul do Líbano nesta quinta-feira (28).
Segundo a mídia estatal, os disparos foram feitos por tropas de Israel na região. As Forças de Defesa de Israel, por outro lado, afirmam que "vários suspeitos foram identificados chegando com veículos a várias áreas no sul do Líbano, violando as condições do cessar-fogo".
O acordo, mediado pelos Estados Unidos e pela França, inclui um cessar-fogo inicial de dois meses, no qual militantes do Hezbollah devem se retirar ao norte do rio Litani, e as forças israelenses devem retornar ao seu lado da fronteira. A zona de amortecimento será patrulhada por tropas libanesas e forças de paz da ONU.
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A Agência Nacional de Notícias do Líbano informou que os feridos estavam em Markaba, próximo à fronteira, sem fornecer mais detalhes. A agência afirmou ainda que Israel disparou artilharia em três outros locais próximos à fronteira. Não houve relatos imediatos de vítimas.
Já as autoridades israelenses afirmaram que as forças serão retiradas gradualmente, garantindo que o acordo seja cumprido. Tel Aviv alertou as pessoas para não retornarem às áreas onde as tropas estão posicionadas e disse que se reserva o direito de atacar o Hezbollah caso o grupo viole os termos da trégua.
O acordo de cessar-fogo, anunciado na noite de terça-feira (26), encerrou 14 meses de conflito entre Israel e o Hezbollah, que começou um dia após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023. Mais de 3.760 pessoas foram mortas por ataques israelenses no Líbano durante o conflito, muitas delas civis, segundo autoridades de saúde libanesas.
Cerca de 1,2 milhão de pessoas foram deslocadas, e milhares começaram a retornar para suas casas na quarta-feira (27), apesar dos alertas do exército libanês e do exército israelense para evitar certas áreas.