Israel deporta Greta Thunberg e outros 170 ativistas de flotilha
Entre os detidos estão estrangeiros de vários países e brasileiros; embarcações levavam ajuda humanitária ao território palestino

SBT News
com informações da Reuters
O governo de Israel deportou nesta segunda-feira (6) a ativista sueca Greta Thunberg e outros 170 ativistas detidos após uma flotilha com mais de 40 barcos, que seguia em direção à Faixa de Gaza, ter sido interceptada por tropas israelenses.
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O Ministério das Relações Exteriores de Israel divulgou uma foto de Greta e de outros ativistas no aeroporto antes do voo de deportação. A sueca deve chegar à Grécia nas próximas horas, segundo a agência Reuters.
Entre os detidos há brasileiros, incluindo a deputada Luizianne Lins (PT-CE). O SBT News questionou o Itamaraty sobre quantos cidadãos do país estão na lista recente de deportados, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.
De acordo com o governo israelense, os ativistas deportados são de diversas nacionalidades, incluindo europeus e norte-americanos. Brasileiros que participaram da flotilha continuam detidos em Israel, segundo informou o Itamaraty.
O governo de Benjamin Netanyahu, que mantém bloqueio terrestre, marítimo e aéreo à Faixa de Gaza, interceptou todos os barcos da flotilha na semana passada. Israel chamou os ativistas de “provocadores” e disse que eles se recusaram a cooperar para acelerar a deportação.
No domingo (5), o governo israelense negou ter maltratado Greta durante a detenção, após denúncias feitas por outros dois ativistas já deportados.
A interceptação dos barcos, que resultou na prisão de mais de 450 ativistas, provocou repercussão internacional. Na sexta-feira (2), o governo brasileiro denunciou Israel no Conselho de Direitos Humanos da ONU pelo bloqueio e pela detenção dos participantes da flotilha.
Até o momento, 340 ativistas já foram deportados, e Israel afirma que pretende concluir o processo “o mais rápido possível”. Os detidos são de mais de 20 países da Europa, América, Ásia, África e Oriente Médio.
A flotilha tinha como objetivo levar ajuda humanitária à população de Gaza e chamar atenção para o agravamento da crise humanitária provocada pela guerra entre Israel e Hamas, que completa dois anos nesta terça-feira (7).
O conflito começou após um ataque terrorista do Hamas em território israelense, que deixou mais de 1.200 mortos e cerca de 250 reféns. Desde então, a guerra causou mais de 67 mil mortes e quase 170 mil feridos em Gaza, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas — números reconhecidos pela ONU.
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