Hamas pede que EUA pressionem Israel por cessar-fogo permanente em Gaza
Militantes criticam que governo israelense ainda não se pronunciou sobre acordo
O Hamas pediu aos Estados Unidos que pressionem as autoridades israelenses a aceitar um cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza. Em comunicado divulgado nesta quinta-feira (13), o grupo extremista disse que Washington segue afirmando que Israel aceitou o acordo, mas que nenhuma autoridade oficial se manifestou sobre o tema.
A declaração é referente à resolução de cessar-fogo sugerida pelo presidente Joe Biden – aprovada pelas Nações Unidas. O plano é composto por três fases, que englobam a libertação de reféns israelenses, a retirada do exército de Israel da Faixa de Gaza e o fim das hostilidades. Por fim, a proposta prevê meios para a reconstrução de Gaza.
Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos Estados Unidos na ONU, afirmou que Israel já concordou com a resolução. O mesmo foi dito pelo secretário de Estado de Washington, Antony Blinken, que, durante viagem ao Oriente Médio, reafirmou o compromisso do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, com a proposta.
Apesar das alegações, Netanyahu ainda não se pronunciou oficialmente sobre o acordo, o que vem provocando tensão entre militantes do Hamas. Isso porque o grupo aceitou a resolução, enviando sua resposta ao Catar e ao Egito, que atuam como mediadores nas negociações. Na quarta-feira (12), a resposta chegou a Washington.
"O Hamas propôs inúmeras mudanças na proposta que estava sobre a mesa. Algumas das mudanças são viáveis. Outras não. Temos que analisar ao longo dos próximos dias se essas lacunas são transponíveis”, disse Blinken.
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Essa é a primeira vez que um acordo de cessar-fogo avança entre Israel e Hamas. A guerra começou em 7 de outubro de 2023, logo depois que militantes do Hamas atacaram o sul de Israel, matando 1,2 mil pessoas. A ofensiva israelense, por sua vez, já resultou na morte de 37 mil pessoas, além do deslocamento de 80% da população de Gaza.