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Comissão de inquérito da ONU acusa Israel de extermínio e Hamas de crimes de guerra

Operação militar deixou 37 mil mortos em apenas nove meses na Faixa de Gaza

Comissão de inquérito da ONU acusa Israel de extermínio e Hamas de crimes de guerra
Guerra em Gaza começou em outubro de 2023 | Reprodução/Twitter
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A Comissão Internacional Independente de Inquérito sobre os Territórios Palestinos Ocupados, da Nações Unidas (ONU), concluiu que Israel cometeu crimes de guerra na Faixa de Gaza. Um relatório divulgado nesta quarta-feira (12) acusou o país de crimes contra a humanidade, de perseguição, tortura, transferência forçada e extermínio.

+ É genocídio? O que diz a lei internacional sobre o que acontece em Gaza

A Comissão explicou que Israel usou armas pesadas com grande capacidade destrutiva em áreas densamente povoadas, o que constitui um ataque intencional e direto à população civil. A conclusão, segundo a entidade, foi baseada no número crescente de vítimas, que, desde o início da ofensiva, em 7 de outubro de 2023, já totaliza 37 mil mortos.

“O imenso número de vítimas civis e a destruição generalizada de infraestrutura civil são os resultados inevitáveis ​​da estratégia escolhida por Israel para o uso da força durante essas hostilidades, empreendida com a intenção de causar o máximo de dano, desconsiderando distinção, proporcionalidade e precauções adequadas”, diz o relatório.

A Comissão acrescentou que, para os palestinos, a operação militar em Gaza foi a mais longa e mais sangrenta desde 1948, quando o Estado de Israel foi criado. No ano, forças israelenses e palestinas entraram em guerra, cenário que foi seguido por outros dois conflitos nas décadas seguintes (Guerra dos 7 dias e Guerra do Yom Kippur).

Além de Israel, o Hamas também foi acusado de crimes de guerra. No texto, a Comissão apontou que no ataque brutal de 7 de outubro, que deixou 1,2 mil mortos no sul de Israel, o grupo ainda fez reféns e cometeu violência sexual e de gênero contra civis, incluindo cidadãos israelenses e estrangeiros. Soldados também foram vítimas do grupo.

Relatos apontaram ainda que os integrantes visaram, sobretudo, mulheres. Muitas foram usadas como “troféu de vitória” pelos agressores, que colocaram o sequestro, a violência e a humilhação das vítimas em exibição pública e online.

"O ataque foi premeditado e planejado ao longo de um período significativo, refletindo um alto grau de coordenação. Civis foram intencionalmente alvejados e sequestrados. Essas ações constituem crimes de guerra e violações e abusos do Direito Internacional Humanitário e do Direito Internacional dos Direitos Humanos", diz o texto.

Urgência de cessar-fogo

Entre as recomendações, a Comissão pede a implementação imediata de um cessar-fogo em Gaza e a libertação de reféns pelo Hamas. Também é solicitado que os palestinos deslocados tenham permissão para retornar com segurança para suas casas e que os civis cujas propriedades foram ilegalmente destruídas recebam reparações.

+ EUA dizem estar avaliando resposta do Hamas à proposta de cessar-fogo em Gaza

O grupo ainda insta autoridades israelenses e palestinas a investigar, processar e punir aqueles que cometem violações do Direito Internacional Humanitário e do Direito Internacional dos Direitos Humanos. São solicitadas investigações completas, imparciais e independentes, que devem ser compartilhadas com a Comissão.

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