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Ganhador do Nobel da Paz é anunciado como líder interino do governo de Bangladesh

Nomeação acontece um dia após a primeira-ministra fugir do país. Parlamento do país é dissolvido e abre brecha para novas eleições

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Muhammad Yunus, de Bangladesh, Nobel da Paz em 2006
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O ganhador do Prêmio Nobel da Paz Muhammad Yunus foi nomeado líder do governo interino de Bangladesh nesta terça-feira (6), um dia após a primeira-ministra fugir do país em razão da revolta popular liderada por estudantes. Além da nomeação, o presidente Mohamed Shahabuddin dissolveu o Parlamento do país e pediu novas eleições.

Aos 84 anos, Muhammad foi nomeado após reuniões com líderes estudantis e chefes dos serviços militares do país. A nomeação dele foi uma exigência dos estudantes. Ele foi premiado em 2006 por ter criado uma organização de microcrédito que ajudou a tirar milhões de pessoas da pobreza em Bangladesh.

Outra condição para que os estudantes cessassem as manifestações — que já deixaram cerca de 300 pessoas mortas e centenas de feridos — era a renúncia da primeira-ministra. Ela governou o país durante 20 dos últimos 30 anos, tendo herdado o movimento político do seu pai, o fundador do Estado Mujubur Rahman, assassinado em 1975. Hasina, de 76 anos, fugiu do país de helicóptero na segunda-feira (5), pouco depois que manifestantes invadiram seu palácio em Daca.

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Além disso, os manifestantes invadiram o Parlamento e incendiaram canais de televisão. Algumas pessoas derrubaram estátuas do pai de Hasina, Sheikh Mujibur Rahman, que liderou a luta pela independência contra.

A principal motivação dos protestos é o sistema de cotas do governo, que estabelecia que um terço dos empregos governamentais seriam reservados para parentes de veteranos da guerra de independência do país contra o Paquistão em 1971. Segundo os manifestantes, ela usava a máquina público para continuar no poder.

A ex-primeira-ministra e líder da oposição Khaleda Zia foi liberta nesta terça-feira após depois de anos em prisão domiciliar, após a renúncia de Hasina. O presidente Shahabuddin pediu sua soltura e a de outros detidos durante os protestos que derrubaram Hasina.

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