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Bangladesh: manifestantes prometem nova onda de violência no 5º dia sem internet; entenda

Protesto é contra cota de emprego e ocorre desde fuga em massa de presidiários, toque de recolher e autorização para atirar

Imagem da noticia Bangladesh: manifestantes prometem nova onda de violência no 5º dia sem internet; entenda
Manifestantes em conflito com autoridades em Bangladesh | Reprodução/SBT
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Pelo quinto dia consecutivo, Bangladesh continua sem internet após protestos de grupo estudantis contra um sistema de cotas que reservava até 30% dos empregos públicos para familiares que lutaram na guerra de independência do país, em 1971.

No domingo (21), os manifestantes tiveram uma vitória contra a política pública após o Tribunal Superior do país reduzir a cota para 5%, deixando 93% dos empregos a serem ocupados por aqueles com melhor qualificação, que era a reivindicação dos protestantes. Os outros 2% de vagas foram reservados para minorias étnicas, para a comunidade trans e as pessoas com deficiência. Nesta segunda-feira (22), os ânimos se acalmaram e não houve nenhum registro de violência após semanas de conflito.

E a internet?

No meio da disputa política, em que mais de 110 morreram com fuga em massa de presidiários, toque de recolher e militares autorizados pelo governo a disparar contra manifestantes, ocorreu um embate cibernético, na semana passada.

Segundo a agência de notícias Associated Press (AP), por um lado, os manifestantes hackearam o site do Banco Central de Bangladesh e o gabinete da primeira-ministra Sheik-Hasina. Por outro, o governo bloqueou a comunicação online, proibindo serviços móveis e de internet. Desde então, o país está sem conexão.

Mesmo com uma calma após a decisão da Justiça, Hasnat Abdullah, um coordenador do Movimento Estudantil Antidiscriminação, deu um ultimato para o governo reestabelecer a conexão.

“Estamos emitindo um ultimato de 48 horas para interromper a repressão digital e restaurar a conectividade da internet", disse Hasnat Abdullah para a Associated Press.

Abdullah também exigiu que o governo acabe com o toque de recolher e que o país volte ao normal em dois dias.

Militares de Bangladesh aplicam toque de recolher e atiram contra manifestantes | Reprodução/SBT
Militares de Bangladesh aplicam toque de recolher e atiram contra manifestantes | Reprodução/SBT

Qual a situação de Bangladesh?

O país vive a frustração dos jovens que saem do ensino médio e faculdade, mas não conseguem empregos. Enquanto isso, os manifestantes enxergam o sistema de cotas por guerra como uma política discriminatória, que beneficiaria o partido Awami League, da ministra Sheik Hasina e que liderou há décadas o movimento de independência.

Premiê Sheik Hasina discursa pra público | Reprodução/SBT
Premiê Sheik Hasina discursa pra público | Reprodução/SBT

Quem apoia os protestos?

O principal apoiador dos protestos é o partido de oposição, o Partido Nacionalista de Bangladesh (BNP). O movimento defende que o sistema de empregos seja definido por quem é mais capaz de exercer a função determinada, e não pelo histórico familiar.

No entanto, o BNP afirmou que não é responsável pelas violências e negou acusações de usar os protestos para ganhos políticos.

Histórico do sistema de cotas

Em 2018, o governo suspendeu as cotas de emprego após protestos estudantis em massa. Em junho deste ano, o Tribunal Superior de Bangladesh anulou essa decisão e restabeleceu as cotas após parentes de veteranos de 1971 terem entrado com petições.

No domingo, o Supremo reduziu a cota para 5%.

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