Ex-cirurgião francês é condenado a 20 anos de prisão por abusar de quase 300 vítimas
Maioria dos crimes aconteciam em hospitais, enquanto as vítimas estavam sedadas
Bianka Santos
O tribunal da França condenou Joël Le Scouarnec, de 74 anos, a pena máxima de 20 anos de prisão por estuprar e abusar sexualmente de 299 vítimas -a maioria, crianças. O ex-cirurgião admitiu o crime e mostrou um comportamento indiferente, sendo um dos maiores casos do país de abuso sexual infantil.
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Preso desde 2017, Le Scouarnec cumpre uma pena de 15 anos de prisão após ser condenado em 2020 por ter estuprado e agredido sexualmente quatro crianças, incluindo duas sobrinhas. No país, as leis são cumulativas e ele deverá cumprir os anos adicionais após terminar a primeira pena.
De acordo com o tribunal de Morbihan, no oeste da França, foi determinado que Le Scouarnec cumpra pelo menos mais 13 anos de prisão antes de ser libertado, por ser considerado perigoso.
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Entenda o caso
Os crimes ocorreram entre 1989 e 2014, em hospitais localizados na Bretanha e no oeste da França. Le Scouarnec operava crianças com apendicite e, no momento em que as vítimas estavam inconscientes ou sedadas, ele praticava os abusos. A média de idade das vítimas é de 11 anos.
O caso veio à tona em abril de 2017, quando uma vizinha de 6 anos havia contado à mãe que o homem da casa ao lado havia se exposto e a tocado através da cerca que separava as residências.
Em 2020, a polícia vistoriou a casa do ex-cirurgião e encontrou mais de 300 mil fotos, 650 arquivos de vídeos pedófilos, zoofilia e escatológicos, além de um diário, no qual ele registrava os nomes das crianças que abusava.
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Após a descoberta, as vítimas, agora adultos, foram comunicadas sobre o caso. Algumas afirmaram que se recordavam dos abusos, enquanto outras, que estavam sob efeito de sedação no momento do crime, ficaram surpresas.
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Ainda no início dos anos 2000, Le Scouarnec foi denunciado pelo Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos (FBI) às autoridades francesas por acessar sites de abuso infantil. Ele chegou a ser condenado a quatro anos de prisão, mas continuou trabalhando com crianças.
* com informações da Associated Press
