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Em Nova York, Lula diz que está pronto caso Trump queira conversar

Governos enfrentam divergências políticas desde agosto, quando os EUA impuseram o tarifaço de 50% sobre o Brasil

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Presidente Luiz Inácio Lula da Silva | Ricardo Stuckert
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na segunda-feira (22), que está pronto caso o líder dos Estados Unidos, Donald Trump, queira conversar. O petista está atualmente em Nova York, onde participará da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) ao lado de 193 líderes mundiais, incluindo Trump.

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Esta é a primeira viagem de Lula aos Estados Unidos no auge da crise com Washington. As gestões enfrentam divergências desde agosto, quando Trump taxou em 50% os produtos brasileiros em resposta a “injustiças comerciais” e decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ao citar a Corte, o republicano criticou o então julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado, classificando-o como perseguição política. Para ele, o ex-mandatário sofreu uma “caça às bruxas”.

Falando ao jornal PBS NewsHour, Lula criticou o posicionamento do governo norte-americano, dizendo que o comportamento de Trump com o Brasil não se trata de questão comercial e sim política. Ele também reforçou que o republicano não respondeu aos pedidos de negociações do Brasil, minando o diálogo entre os governos.

"Nunca conversamos antes, porque ele [Trump] fez uma escolha. Na minha opinião, isso foi um erro. Ele fez uma escolha de construir uma relação com Bolsonaro, e não uma relação com o povo brasileiro", disse Lula.

“Um chefe de Estado precisa ter uma relação com outro chefe de Estado, independentemente de sua posição política. Estes são dois Estados importantes, as maiores democracias e economias da América. Então, é muito importante para nós termos uma relação muito civilizada. Queremos ter relações de igualdade com todos. Mas o que não aceitamos é que ninguém, nenhum país do mundo interfira na nossa democracia e na nossa soberania”, acrescentou o presidente.

Tarifaço

A taxa de 50% sobre os produtos brasileiros anunciada pelos Estados Unidos entrou em vigor no dia 6 de agosto. Em carta enviada à Brasília, o presidente Donald Trump disse que a decisão buscava “corrigir as graves injustiças do sistema” comercial atual. Ele também associou a medida ao que considera perseguição política contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ataques à liberdade de expressão.

Trump classificou como “vergonha internacional” o julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, chamando o processo de “caça às bruxas”. Além disso, criticou decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que, segundo ele, emitiram “centenas de ordens de censura secretas e ilegais” contra plataformas digitais norte-americanas.

Em resposta, na época, Lula afirmou que “é falsa a informação sobre o alegado déficit norte-americano”. Reforçou, ainda, que o “Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”. Agora, o governo estuda uma possível retaliação com base na Lei da Reciprocidade Econômica.

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Ao todo, a taxação de Trump afeta 35,9% das mercadorias enviadas ao mercado norte-americano, o que representa 4% das exportações brasileiras. Para auxiliar os exportadores, o governo federal anunciou um plano de contingência destinada ao setor. Entre as medidas está uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para atender produtores afetados. O país também busca por novos parceiros comerciais, visando diversificar o mercado.

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