Em meio a críticas, Israel começa preparativos para a retirada de palestinos de Gaza
Ministro da Defesa israelense anuncia medidas para facilitar a 'emigração', enquanto proposta de Trump enfrenta forte oposição
SBT News
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou na quinta-feira (6) que ordenou aos militares que façam preparativos para permitir a 'emigração' de um grande número de palestinos da Faixa de Gaza. Segundo Katz, os planos incluem o uso de passagens terrestres e "arranjos especiais" para saída por mar e ar. No entanto, até o momento, não há indícios concretos de tais preparativos em andamento.
A declaração ocorre em meio à polêmica proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que sugeriu que o país assumisse Gaza após o fim do conflito com Israel. A sugestão, porém, foi amplamente rejeitada pela comunidade internacional e pelos 1,5 milhão de palestinos no enclave. Eles temem não ter permissão para retornar à sua terra natal.
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O Egito, país vizinho, alertou que uma remoção forçada dos palestinos desestabilizaria toda a região e poderia afetar seu tratado de paz com Israel.
A Arábia Saudita, outro aliado estratégico dos Estados Unidos, também se posicionou contra qualquer transferência em massa de palestinos. O governo saudita deixou claro que não normalizará relações com Israel sem um acordo que inclua a criação de um Estado palestino, com Gaza como parte integrante.
Autoridades israelenses e Trump argumentam que a realocação dos palestinos seria voluntária, mas grupos de direitos humanos, como a Human Rights Watch, afirmam que, caso a proposta seja implementada contra a vontade da população local, poderia caracterizar "limpeza étnica", ou seja, a remoção forçada de um grupo étnico de uma determinada área.
Até o momento, Israel e os Estados Unidos não esclareceram como responderiam caso os palestinos se recusassem a sair do território.