Elon Musk sobre seus posts no X: "Existe algum risco de o que digo ser incorreto"
Em audiência de processo por difamação nos EUA, empresário diz que se guia pelo que julga "ser interessante ou importante, ou que entretenha o público"
O bilionário Elon Musk admitiu que faz publicações que não são verdadeiras e podem gerar problemas financeiros para a rede social X, o antigo Twitter. O empresário está sendo processado por difamação nos Estados Unidos e foi ouvido em audiência virtual há duas semanas.
"Existe algum risco de o que eu digo ser incorreto, mas é preciso equilibrar isso com ter um efeito inibidor sobre a liberdade de expressão em geral, o que minaria toda a base de nossa democracia", disse Musk em depoimento à Justiça americana.
Apesar dos pedidos do empresário para manter o conteúdo em sigilo, a Justiça liberou a transcrição do depoimento.
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Musk também reconheceu que "provavelmente fez mais coisas para prejudicar financeiramente" a companhia do que para ajudá-la. "Não guio minhas postagens pelo que é benéfico do ponto de vista econômico, mas pelo que acredito ser interessante ou importante, ou que entretenha o público", afirmou.
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Musk foi processado por difamação em 2023 após alegar que um jovem chamado Ben Brody fazia parte de um grupo neonazista que se envolveu em uma confusão com outros extremistas. Por meio de tweets e interações com outros usuários, o rapaz foi acusado pelo bilionário de ser um agente infiltrado do governo americano.
Na verdade, o homem não era Brody, que estava em outro estado no momento em que o vídeo foi gravado. Em sua defesa, Musk disse que não reconhece o rapaz que o processou e que acredita que "pessoas são atacadas toda hora na mídia" e que "raramente isso tem um impacto negativo significativo" na vida de alguém.
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Por outro lado, o advogado de acusação argumentou que qualquer publicação de Musk "é equivalente a 30 estádios de beisebol lotados". Atualmente, a conta do dono da rede social inclui 179,8 milhões de seguidores na plataforma.
O bilionário está sendo processado por difamação. O jovem pede retratação pública e o pagamento de uma indenização de um bilhão de dólares. No Congresso americano, projetos de lei que propõem um controle do que é dito nas redes sociais seguem parados à espera da votação.