Conflito entre Israel e Irã entra no terceiro dia com novos ataques aéreos e dezenas de mortos
Mísseis iranianos conseguiram furar proteção israelense, atingindo prédios na região central do país; negociação sobre armas nucleares foi suspensa

SBT News
Israel lançou ataques aéreos pelo terceiro dia consecutivo contra o Irã neste domingo (15), atingindo refinarias, centros militares e instalações nucleares, e sinalizou que o uso da força pode aumentar. Parte dos mísseis iranianos conseguiu ultrapassar o sistema de defesa de Israel, atingindo edifícios na região central do país. Com o agravamento do cenário, uma nova rodada de negociações sobre o programa nuclear iraniano foi cancelada.
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Novas explosões foram ouvidas em Teerã e em outras regiões do Irã na madrugada de domingo. O embaixador iraniano na ONU havia informado no sábado que 78 pessoas morreram e mais de 320 ficaram feridas. Não houve atualização oficial desse número até o momento.
Em Israel, os ataques iranianos mataram ao menos 10 pessoas entre a noite de sábado e o domingo, elevando o número total de mortes no país para 13, segundo o serviço de emergência Magen David Adom. O principal aeroporto internacional e o espaço aéreo seguem fechados pelo terceiro dia consecutivo.
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Entre os mortos em Israel estão uma criança de 9 anos e outra de 10 anos, vítimas de um míssil que atingiu um prédio residencial em Bat Yam, nos arredores de Tel Aviv. Outras quatro pessoas, incluindo um adolescente de 13 anos, morreram em Tamra, no norte do país, e mais 24 ficaram feridas. Um ataque a Rehovot deixou 42 feridos, inclusive nas instalações do Instituto Weizmann, um dos principais centros de pesquisa científica do país.
Apesar de contar com sofisticados sistemas de defesa antimísseis, autoridades israelenses admitem que o escudo não é infalível.
Perspectivas para o conflito
A região se prepara para um conflito prolongado após o bombardeio surpresa de Israel, na sexta-feira (13), contra instalações militares e nucleares do Irã — ação que matou generais de alta patente e cientistas nucleares. O Irã afirmou que duas refinarias de petróleo foram atingidas, o que amplia a possibilidade de um ataque mais amplo à indústria energética iraniana, com impactos potenciais no mercado global.
Em uma publicação nas redes sociais, militares israelenses alertaram civis iranianos a evacuarem fábricas de armamentos — indicando uma possível escalada nos ataques. No meio-dia local deste domingo, novas explosões foram registradas na capital iraniana, Teerã.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou apoio total às ações de Israel e advertiu que o Irã só poderá evitar uma destruição ainda maior caso aceite negociar um novo acordo nuclear.
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O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, afirmou que “se os ataques israelenses cessarem, nossas respostas também cessarão”, e responsabilizou os EUA pela ofensiva: “Eles são cúmplices nesses ataques e devem prestar contas”.
Tensão internacional e risco nuclear
Israel, única potência nuclear — embora não oficialmente declarada — do Oriente Médio, afirmou que a ofensiva tem como objetivo impedir o Irã de desenvolver armas atômicas. Teerã nega ter esse objetivo e insiste que seu programa nuclear tem fins pacíficos. No entanto, nos últimos anos, o Irã aumentou o nível de enriquecimento de urânio, e agências de inteligência avaliam que o país poderia fabricar bombas nucleares em poucos meses, se decidir fazê-lo.
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Em uma publicação na rede Truth Social, o ex-presidente Donald Trump reiterou que os EUA não participaram dos ataques aéreos contra o Irã, mas advertiu que qualquer retaliação contra os americanos provocará uma resposta “em níveis nunca antes vistos”.
Apesar da retórica agressiva, Trump acrescentou: "Podemos facilmente fechar um acordo entre Irã e Israel e encerrar este conflito sangrento!!!".
*As informações são da Associated Press