Candidato da oposição venezuelana diz que Brasil contribuiu para a formalização da candidatura
Em entrevista a jornalistas, presidente Lula falou sobre o assunto
Depois de um certo suspense, a Justiça da Venezuela formalizou o registro do candidato unitário da oposição que vai disputar as eleições de julho contra Nicolás Maduro.
Após ser confirmado como o candidato da PUD (Plataforma Unitária Democrática), o diplomata Edmundo González Urrutia, de 74 anos, revelou que acha que uma ação do presidente Lula pode ter ajudado nesse desfecho.
Além disso, o González disse que, se for eleito, se compromete com a libertação de todos os prisioneiros políticos e com o retorno dos venezuelanos que deixaram o país.
Em entrevista a uma rádio de Miami, González disse acreditar que a pressão feita pelo Brasil e pela Colômbia pode ter contribuído para a formalização da candidatura.
"Tenho a impressão de que esses governos, da Colômbia e do Brasil, conseguiram transmitir ao presidente Maduro a inquietude que há na comunidade internacional para que se respeite o resultado das eleições”, opinou.
O presidente Lula falou sobre o assunto. “Fico torcendo para que a Venezuela volte à normalidade, para que os Estados Unidos tirem as sanções e a Venezuela possa voltar a receber de volta o povo que está deixando a Venezuela pela situação econômica”, afirmou.
Nunca a oposição ao chavismo e a Maduro chegou tão unida para uma disputa eleitoral. Nos últimos minutos do prazo, que venceu nesta terça-feira (23), mais dois candidatos renunciaram e decidiram apoiar Edmundo González. É difícil imaginar que haja igualdade de condições na campanha, mas haverá uma grande pressão para que a apuração dos votos seja séria.
Sobre a crítica de que o nome dele vai aparecer treze vezes na cédula eleitoral, Maduro explicou que isso reflete o número de partidos que o apoiam.
“Temos 13 fotos legalmente, como ocorreu em outras eleições, porque temos 13 movimentos políticos, todos muito poderosos, de esquerda que apoiam a candidatura de forma unitária. Há 24 partidos políticos de oposição”, afirmou.