Bombardeios israelenses deixam quase 100 mortos em Rafah nas últimas 24h
Ataques se intensificaram após Israel negar o acordo de cessar-fogo proposto pelo Hamas
Os bombardeios israelenses das últimas 24h deixaram 97 mortos em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. O número foi divulgado na noite dessa quinta-feira (22) pelo Ministério da Saúde local, que já contabiliza quase 30 mil óbitos em Gaza desde o início da ofensiva militar de Israel, em 7 de outubro de 2023, para destruir o grupo extremista Hamas.
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Os ataques em Rafah se intensificaram após Israel negar o acordo de cessar-fogo proposto pelo Hamas. Nesta semana, o governo israelense deu um ultimato ao grupo extremista, afirmando que caso todos os reféns detidos em Gaza não sejam liberados até 10 de março, início do Ramadã, o exército irá lançar uma ofensiva terrestre contra Rafah.
O aviso é feito mesmo em meio aos diversos apelos da comunidade internacional. Isso porque Rafah é o último abrigo dos palestinos, já que todos foram obrigados a deixar o norte de Gaza por ordem de Israel. Atualmente, a cidade abriga mais de 1,5 milhões de civis, o que, segundo as Nações Unidas (ONU), pode resultar numa "carnificina".
A afirmação também é reforçada pela organização Médicos Sem Fronteiras (MSF). Nessa quinta, o representante da entidade, Christopher Lockyear, discursou em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, ameaçando Israel de travar uma guerra contra toda a população de Gaza e de punir os palestinos coletivamente pelo Hamas.
"Estes ataques indiscriminados, bem como os tipos de armas e munições utilizados em áreas densamente povoadas, mataram dezenas de milhares de pessoas e mutilaram outros milhares. Os nossos pacientes apresentam lesões catastróficas, amputações, membros esmagados e queimaduras graves", disse Lockyear.
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O representante do MSP reforçou o pedido de cessar-fogo imediato na guerra entre Israel e Hamas, apelando para que os países façam o mesmo. Na declaração, ele sublinhou que as consequências de rejeitar o direito humanitário internacional em Gaza irão repercutir "muito além de Gaza", sendo "um fardo duradouro para a nossa consciência coletiva".