Austrália, Canadá e Nova Zelândia alertam Israel contra ofensiva "catastrófica" em Rafah
Países defenderam cessar-fogo humanitário imediato e disseram que Israel deve ouvir comunidade internacional
Autoridades da Austrália, Canadá e Nova Zelândia emitiram, nesta quinta-feira (15), um comunicado conjunto alertando Israel contra a ofensiva em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Segundo os países, uma operação militar no local seria catastrófica, uma vez que a região é abrigo de 1,5 milhões de palestinos que "não têm mais para onde ir".
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"Há um consenso internacional crescente [sobre a possível ofensiva em Rafah]. Israel deve ouvir os seus amigos e deve ouvir a comunidade internacional. A proteção dos civis é fundamental e um requisito do direito humanitário internacional. Os civis palestinos não podem ser obrigados a pagar o preço da derrota do Hamas", diz o comunicado.
No documento, as autoridades pedem um cessar-fogo humanitário imediato, assim como a liberação dos reféns capturados pelo Hamas no dia 7 de outubro de 2023. Os países se dispuseram a auxiliar as negociações para alcançar a paz e segurança entre Israel e Hamas, inclusive com a criação de um estado palestino ao lado do território israelense.
O avanço das tropas de Israel em Rafah começou no início do mês, quando os militares informaram que iriam atrás das últimas infraestruturas do Hamas. A ofensiva, realizada de forma aérea e terrestre, já deixou mais de 100 mortos em poucos dias.
Na última semana, Israel chegou a ordenar a retirada dos civis de Rafah, o que foi duramente criticado pela comunidade internacional. Isso porque a região é o último refúgio para os palestinos, que teriam apenas a fronteira do Egito para recorrer. O país, no entanto, abriu a passagem somente para a entrada de caminhões humanitários em Gaza.