Brasil diz que nova operação de Israel em Rafah terá "graves consequências"
Além de mais vítimas, Itamaraty teme que ofensiva poderá resultar em uma fuga forçada de centenas de milhares de palestinos
“Tal operação, se levada a cabo, terá como graves consequências, além de novas vítimas civis, um novo movimento de deslocamento forçado de centenas de milhares de palestinos, como vem ocorrendo desde o início do conflito”, manifestou o Itamaraty em nota.
Na última sexta-feira (9), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ordenou que o Exército prepare um plano para retirar a população civil da cidade de Rafah.
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O governo brasileiro afirmou que a partir de 8 de outubro, quando Israel respondeu aos ataques do Hamas no dia anterior, se deu início a um deslocamento forçado do Norte para o Sul de Gaza. Tal situação, segundo o Ministério das Relações Exteriores (MRE), é “elemento indissociável da dramática crise humanitária” vivida há quatro meses pelos palestinos na Faixa de Gaza.
Segundo o governo, as ações israelenses mereceram “condenação do Brasil e de boa parte dos países, à luz do direito internacional e do direito internacional humanitário”.
Há estimativa de que 80% dos habitantes de Gaza tenham sido obrigados a deixar suas casas para ir em direção a Rafah, indicada inicialmente como áreas segura pelas autoridades israelenses.
O governo reiterou sua posição em favor do fim da guerra e da libertação dos reféns em poder do Hamas como passo para superar a crise humanitária em Gaza.
O Brasil também defendeu ainda a criação de um Estado da Palestina lado a lado com Israel, construindo uma relação de paz e segurança respeitando as fronteiras internacionalmente reconhecidas, que incluem a Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental como a capital da Palestina.