Ativistas do Greenpeace roubam estátua de cera de Macron em protesto a acordos comercias entre França e Rússia
Grupo critica laços econômicos da França com a Rússia nos setores de gás, fertilizantes e energia nuclear; estátua é avaliada em 40 mil euros
Vicklin Moraes
Ativistas do Greenpeace roubaram, nesta segunda-feira (2), uma estátua de cera do presidente francês Emmanuel Macron do Museu Grévin, em Paris, e a colocaram em frente à embaixada da Rússia. A ação foi um protesto contra acordos econômicos da França com Moscou após a invasão da Ucrânia.
Segundo a imprensa local, duas mulheres e um homem entraram no museu disfarçados de turistas. Em seguida, trocaram de roupa para parecerem funcionários do local. Com jalecos de manutenção, os ativistas distraíram um segurança e saíram por uma saída de emergência carregando a estátua, avaliada em 40 mil euros (cerca de R$ 260 mil).
A direção do museu confirmou que os ativistas ligaram após o roubo para afirmar que a estátua seria devolvida "ilesa". Um vídeo publicado nas redes sociais do Greenpeace mostra o momento em que o grupo cobre a estátua e a retira do local.
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Minutos depois, os ativistas posicionaram a figura de cera de Macron em frente à embaixada russa. Atrás da estátua, uma bandeira da Rússia foi estendida. Um dos manifestantes segurava um cartaz com os dizeres: “Negócios são negócios”, enquanto outros espalhavam notas falsas de dinheiro ao redor.
O Greenpeace justificou a ação uma publicação nas redes sociais: "Consideramos que Emmanuel Macron não merece ser exposto neste estabelecimento cultural de renome mundial enquanto não tiver rompido os contratos franceses com a Rússia e impulsionado uma transição ecológica ambiciosa e duradoura em escala europeia."
A Rússia é um dos principais fornecedores de gás para a produção de energia na Europa e, desde o início do conflito na Ucrânia, tem sofrido sanções de parceiros comerciais, que buscam alternativas mais limpas e de outros parceiros para garantir o abastecimento interno.